GRANDE RECIFE

Do cimento ao arroz: veja os itens com maior alta de preços no Grande Recife em agosto

Na tabela publicada pelo IBGE, e válida para toda a Região Metropolitana do Recife (RMR), o cimento e o acesso à internet são os destaques na alta de preços

JC
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Publicado em 09/09/2020 às 11:45 | Atualizado em 09/09/2020 às 11:57
BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM DATA: 19.08.2020 ASSUNTO: Aumento dos preços e da procura por materiais de construção. Tijolos e cimento foram os que mais aumentaram. - FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

No Recife, a inflação do mês de agosto foi de 0,46%, acima da média do país (0,24%), influenciada, principalmente, pelo aumento do custo dos alimentos, da comunicação e dos combustíveis, de acordo com levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (9).

Na tabela publicada pelo IBGE, e válida para toda a Região Metropolitana do Recife (RMR), o cimento e o acesso à internet são os destaques na alta de preços, com 12,59% e 12,18%, respectivamente. Dentre os alimentos, a carne de porco registrou o maior índice, com 8,58% de aumento, logo em seguida vem a cenoura, com 8,35%, o tomate, com 6,75%, a melancia, com 5,85%, e o óleo de soja, com 5,77%. Já o gás de cozinha atingiu a taxa de 3,57%.

Na visão do economista e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Jorge Jatobá, o aumento, em primeiro lugar, do cimento acontece por uma “demanda reprimida”. Houve uma recuperação da economia e uma liberação gradual das atividades na construção civil e das próprias famílias que voltaram a fazer reformas em casa”, comenta.

Sobre o aumento ao acesso à internet, para o especialista, está associado a própria pandemia. “Além do reajuste sazonal das tarifas, a demanda de milhões de pessoas para atividades virtuais cresceu. Cada vez mais as pessoas compram pela internet e fazem videoconferências”, reforça.

No entanto, Jorge Jatobá acredita que esses aumentos irão se acomodar. “Não acredito que esse aumentos vão ser permanentes. Os preços tendem a se estabelecer. É um problema de oferta e demanda, mas depois irá normalizar”, afirma.

Aumento nacional dos alimentos

Os alimentos também puxaram a alta nacional. Segundo Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, os alimentos estão mais caros no varejo por causa do aumento nas exportações brasileiras e da alta do dólar ante o real, mas também por uma pressão da demanda doméstica, aquecida pelo pagamento do auxílio emergencial.

A alimentação para consumo no domicílio acumula um aumento de 11,39% nos 12 meses encerrados em agosto. "Alguns alimentos estão em alta, outros estão em queda, como alho, cebola, batata. O consumidor acaba percebendo muito mais as altas que as quedas. E sua percepção de inflação depende muito da sua cesta de consumo individual. Se você é vegetariano vai sentir menos preço das carnes", disse Kislanov.

Embora o Brasil esteja colhendo uma safra recorde de grãos em 2020, alguns itens estão mais caros para o consumidor doméstico. Segundo Kislanov, o câmbio mais alto estimula as exportações e reduz a oferta de produtos no mercado doméstico.

"Essa alta nos alimentícios tem a ver com vários fatores, um deles é demanda externa, principalmente chinesa. Outro é câmbio, porque com dólar alto é interessante para o produtor exportar. E o auxílio emergencial ajudou a sustentar preços de alimentos, especialmente arroz e feijão, produtos mais básicos. Aumenta demanda também de laticínios. Mas tem alguns alimentos que estão caindo. Não é como se todos os alimentos estivessem subindo conjuntamente", justificou Kislanov. "O auxílio emergencial foi importante para sustentar a demanda por alguns produtos da cesta mais básica, e pode continuar sustentando nos próximos meses", completou.

Veja a tabela completa: 

Cimento - aumento de 12,59%

Acesso à internet - aumento de 12,18%

Carne de porco - aumento de 8,58%

Cenoura - aumento de 8,35%

Tomate - aumento de 6,75%

Melancia - aumento de 5,85%

Óleo de soja - aumento de 5,77%

Costela - aumento de 5,69%

Fígado - aumento de 5,5%

Músculo - aumento de 5,11%

Maçã - aumento de 5,05%

Telha - aumento de 4,78%

Bicicleta - aumento de 4,02%

Salsicha - aumento de 4%

Artigos de iluminação - aumento de 3,9%

Joias e bijuterias - aumento de 3,7%

Relógio de pulso - aumento de 3,6%

Combustíveis (domésticos) - aumento de 3,57%

Gás de botijão - aumento de 3,57%

Tinta - aumento de 3,53%

Mandioca (aipim) - aumento de 3,52%

Arroz - aumento de 3,43%

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