RETOMADA

A produção da indústria do País cresceu 3,2% em agosto

Há uma recuperação do setor que ainda não voltou aos mesmos patamares de fevereiro, antes da pandemia

JC
Cadastrado por
JC
Publicado em 02/10/2020 às 14:33 | Atualizado em 02/10/2020 às 14:35
REUTERS/WASHINGTON ALVES
O setor automotivo foi um dos setores que mais cresceram em agosto último - FOTO: REUTERS/WASHINGTON ALVES

A produção industrial do Brasil cresceu 3,2% em agosto último, contra o mês anterior, na série com ajuste sazonal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta foi a quarta alta consecutiva do setor, que ainda não eliminou totalmente a perda de 27,0% acumulada entre março e abril, no início da pandemia do novo coronavírus, quando a produção industrial registou o patamar mais baixo da série histórica. A alta de agosto foi puxada pelo setor automotivo que apresentou o maior crescimento entre os setores pesquisados. "Apesar de estar no quarto mês de crescimento, a indústria não se recuperou, comparando com fevereiro último, antes da pandemia. Tanto no nacional quanto no estadual, há uma tendência de recuperação do setor. É positivo para Pernambuco a retomada da produção do setor automotivo assim como dos produtos derivados de petróleo. Tudo que ocorre nesses dois segmentos tem impacto importante sobre a economia pernambucana", resume o gerente de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Agência Condepe Fidem, Rodolfo Guimarães.


Tanto a fábrica da Jeep, de Goiana, como a Refinaria Abreu e Lima (Rnest) trazem impacto no setor industrial de Pernambuco. "Esses dois empreendimentos contribuíram para o segmento de alimentos pesar menos na indústria como um todo", comenta Rodolfo. Pernambuco é um grande produtor de açúcar e também tem muitas fábricas na área de alimentos. A pesquisa que mostra os dados da produção física da indústria por Estados será divulgada no dia 8 de outubro.

Rodolfo explica que o setor automotivo e o de derivados de petróleo não foram incorporados na produção física da indústria regional feita pelo IBGE que mostra a produção por Estados, embora sejam captados nos números nacionais. "Esses dados entram no cálculo da indústria nacionalmente. Por exemplo, a FCA (dona da fábrica da Jeep) responde a um questionário informando o quanto produziu em todo o País. Mas ainda não foram incorporados na produção física de Pernambuco porque para fazer esse cálculo é necessário uma estrutura de ponderação, vinculada a uma base. Essa base não existia porque não tínhamos produção de carros nem de derivados de petróleo", explicou Rodolfo. A fábrica da Jeep e a Rnest foram inauguradas, respectivamente, em abril de 2015 e novembro de 2014. Segundo Rodolfo, a agência Condepe/Fidem já pediu ao IBGE para os dois setores serem incorporados na pesquisa da produção física da indústria regional. Segundo o economista, a Condepe/Fidem conseguiu apontar o comportamento dos dois setores na pesquisa trimestral do PIB, que mostra a produção de riquezas gerada num determinado lugarl.

CRESCIMENTO NACIONAL

No País, o crescimento de 3,2% da atividade industrial de agosto de 2020 (comparando com julho), alcançou todas as grandes categorias econômicas e 16 dos 26 ramos pesquisados. A maior influência que puxou esta alta foi a produção de veículos automotores, incluindo reboques e carrocerias, que registrou um incremento de 19,2% em agosto. Isso ocorreu por causa do retorno à produção após a interrupção provocada pela pandemia.

A alta do crescimento industrial de agosto também contou com as contribuições positivas de setores como coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,9%), de indústrias extrativas (2,6%), de produtos de borracha e de material plástico (5,8%), de couro, artigos para viagem e calçados (14,9%), de produtos de minerais não-metálicos (4,9%), de produtos alimentícios (1,0%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (11,5%), de metalurgia (3,2%), de produtos têxteis (9,1%) e de produtos de metal (3,1%).

De acordo com o IBGE, também apresentaram resultados positivos: os produtores de bens de capital (2,4%), de bens intermediários (2,3%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (0,6%). No entanto, o avanço deles ficou abaixo da média da indústria (3,2%). Todos apontaram expansão pelo quarto mês consecutivo. É importante o aumento da produção de bens de capital porque ele produz as máquinas a serem usadas por outras indústrias.


QUEDA

Ainda em agosto, dos 10 segmentos que apontaram redução na produção industrial, os principais foram: produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%), perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-9,7%), outros produtos químicos (-1,8%) e bebidas (-2,5%).

Quando se faz a comparação de agosto de 2020 com o mesmo mês de 2019, o setor industrial caiu 2,7%, com resultados negativos em três das quatro grandes categorias econômicas e também em 12 dos 26 ramos pesquisados. Houve queda de produção também em 53,3% dos 805 produtos pesquisados, embora o IBGE cite que em agosto de 2020 foram 21 dias úteis, um a menos do que o mesmo mês do ano anterior, quando foram 22. Um dia a menos contribuiu para uma produção menor.

Comentários

Últimas notícias