Recife

Inflação alcança 0,78% na Região Metropolitana do Recife em setembro, maior índice do ano

Em agosto, o indicador da RMR havia chegado a 0,46% e em julho, a 0,4%, consolidando um viés de alta de preços verificado nos últimos três meses

Gabriela Carvalho
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Publicado em 09/10/2020 às 12:24 | Atualizado em 09/10/2020 às 12:24
FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
A Região Metropolitana do Recife tem a segunda maior inflação acumulada do ano entre as 16 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas - FOTO: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana do Recife alcançou a maior alta do ano em setembro, chegando a 0,78%, de acordo com o IBGE. O índice, que mede a inflação do período, é superior à média nacional, de 0,64%, que também alcançou o recorde do ano e o maior valor para o mês de setembro desde 2003. Em agosto, o indicador da RMR havia chegado a 0,46% e em julho, a 0,4%, consolidando um viés de alta de preços verificado nos últimos três meses.

>> IBGE: Inflação setembro é a maior para o mês desde 2003; Arroz e óleo de soja têm a maior variação

Assim como ocorreu nos meses de julho e agosto a Região Metropolitana do Recife tem a segunda maior inflação acumulada do ano entre as 16 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas, com 2,78%, ficando atrás apenas do município de Campo Grande (3,41%). A representante pernambucana no índice também tem o quarto maior índice no acumulado da inflação dos últimos 12 meses, de 3,84%, tendo à frente apenas Campo Grande, Belém e Fortaleza. Nas duas variações acumuladas, o indicador é maior do que a média do Brasil, que marcou inflação de 1,34% no ano e 3,14% nos últimos 12 meses.

Entre os nove grupos de produtos e serviços acompanhados pelo índice, os Alimentos e bebidas apresentaram a maior alta, de 2,57%, puxada pelo aumento dos leites e derivados, das carnes e do óleo de soja, cujo reajuste, de 39,33%, foi o maior entre todos os itens pesquisados. Esse também foi o produto com maior variação acumulada no ano, ficando, em média, 63,64% mais caro de janeiro até setembro.

Alimentação

Dos cinco tipos de mercadoria que mais aumentaram de preço em setembro, todos eles são alimentícios. Os óleos e gorduras em geral subiram 22,89%, seguidos pelo arroz (16,88% em setembro e 35,35% no acumulado do ano), queijos (12,18%), tomate (11,51%) e cenoura (10,29%). O chã de dentro (9,38%) e o cupim (8,62%) também estão entre os dez produtos com maior reajuste de preço no mês passado.

Artigos de residência

O segundo grupo com maior aumento foi o de Artigos de residência, com 1,83%, desempenho puxado pela alta no preço de eletroeletrônicos, como televisores (4%), videogames (3,64%), aparelhos de som (4,64%) e computadores pessoais (3,15%). Já o setor de Despesas pessoais (0,43%) ficou em terceiro lugar no grupo de produtos e serviços com maior aumento de preços. Os outros indicadores que registraram inflação positiva na RMR foram Transportes (0,41%), Habitação (0,39%), Vestuário (0,20%) e Educação (0,04%).

Transporte

Embora o setor de transportes tenha tido apenas a quarta maior alta, o impacto do reajuste da gasolina, com aumento de 1,86%, e das passagens aéreas tiveram papel importante ao pressionar o IPCA na Região Metropolitana do Recife por terem o segundo maior peso no orçamento familiar, atrás apenas de Alimentação e bebidas. “Os maiores impactos positivos no índice foram de leites e derivados, carnes e combustíveis. Após quatro meses de fortes quedas, os preços das passagens aéreas voltaram a subir, com 9,92%, também contribuindo significativamente para o índice final de inflação em setembro”, explica a gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita.

Em setembro, apenas dois dos nove grupos de produtos e serviços tiveram deflação em relação a agosto: Comunicação (-0,14%) e Saúde e cuidados pessoais (-0,37%), resultado ocasionado pela queda de - 1,8% nos serviços de saúde em geral e de – 2,33% nos planos de saúde. Entre os itens isolados que tiveram as maiores reduções de preço em setembro, estão a cebola (-10,68%), a batata inglesa (-10,16%), o alho (-7,37%), o doce de frutas em pasta (-7,21%), o abacaxi (-6,06%) e o macarrão (-5,45%).

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