Mercado de Trabalho

Pernambuco criou 21 mil vagas de emprego com carteira assinada em setembro. Melhor resultado do Nordeste

Geração de vagas foi influenciada, principalmente, pela colheita da safra de cana-de-açúcar 2020-2021 no Estado, que provoca efeito sazonal nos meses de agosto, setembro e outubro

Adriana Guarda
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Publicado em 29/10/2020 às 22:25 | Atualizado em 30/10/2020 às 12:36
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Retomada da economia e safra da cana puxaram a criação de empregos no Estado - FOTO: Foto: EBC

Pernambuco registrou, pelo terceiro mês consecutivo, crescimento na criação de empregos com carteira assinada, em setembro. O saldo, entre admissões e demissões, foi positivo em 21.801 vagas. Analisando o mês, isoladamente, foi o melhor resultado do Nordeste e um dos melhores do País. Porém, é preciso levar em consideração o peso da safra da cana-de-açúcar nesse número, com seu impacto sazonal sobre os meses de agosto setembro e outubro. O Brasil também teve aumento do emprego formal pelo terceiro mês, cravando o melhor desempenho do ano, com 313.564 vagas. Os dados foram divulgados ontem pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).

No Nordeste, Pernambuco e Alagoas (também na época da colheita da cana) estão entre os Estados com maior geração de empregos. O Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), explica que este ano Zona da Mata ofereceu as condições climáticas ideais para que os empresários pudessem planejar seus investimentos e esperar uma boa safra. Na colheita 2020-2021, a expectativa é esmagar 13,3 milhões de toneladas de canas. Diante desse cenário, a previsão é contratar 70 mil pessoas. Por conta da topografia acidentada, Pernambuco é um dos Estados que mais empregam na cana, com uma média de 5,5 trabalhadores por tonelada de cana.

Em agosto, a expansão dos postos de trabalho já refletiam o início da moagem na Zona da Mata Norte e, a partir da metade de setembro começou a computar os da Mata Sul, que ainda vão se refletir em outubro. Os dados do Caged de outros anos para os meses de agosto, setembro e outubro, evidenciam esse mesmo pico sazonal de contratações.

No Estado, os setores que tiveram o melhor saldo de vagas foram a indústria (10.015) e a agropecuária (4.521). Além desses que se destacaram, todos os outros fecharam o mês com geração de empregos, numa demostração de recuperação pós-reabertura econômica.

Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Bruno Schwambach, o aumento do número de empregos formais é resultado da condução da volta da economia. "Esse saldo positivo 21 mil vagas demonstra mais uma vez a assertividade do nosso plano de recuperação econômica. Isso mostra que estamos seguindo o caminho certo", afirma lembrando que vários setores da economia estão apresentando crescimento. O PIB mensal, divulgado pela Condepe/Fidem, mostra avanço em quatro meses consecutivos.

BRASIL

No País, o saldo do emprego formal ficou positivo em 313.564 postos de trabalho em setembro, mês com melhor resultado de 2020. Na avaliação do Ministério da Economia, que realizou coletiva virtual na tarde de ontem para divulgar os dados, o resultado reafirma a retomada do crescimento econômico após a fase mais crítica da pandemia da covid-19.

Na comparação com agosto, há um aumento de 9% nas contratações, observado em quase todos os setores econômicos. Todos os setores da economia brasileira registram saldo positivo em setembro. O bom desempenho do mês foi puxado principalmente pela indústria da transformação, com 108.283 vagas a mais.

Já o setor de serviços praticamente dobrou a criação de vagas em setembro na comparação com agosto. De um saldo positivo de 42.545 para 80.481. No comércio foram 69.239 novos postos; na construção, 45.249; e na agropecuária, 7.751.

As cinco regiões do País registraram saldo positivo em setembro. A alta no Nordeste foi a maior: 1,38% (85.336 novos postos), seguido pelo Norte, com aumento de 1,15% e 20.640 novas vagas de emprego com carteira assinada. No Sul, a alta foi de 0,85% e 60.319 novas vagas; no Sudeste, 0,65% e 128.094; e no Centro-Oeste, 0,59% e 19.194 novas vagas.

No acumulado do ano, a crise da covid-19 ainda reverbera na geração de empregos, sendo negativa para o Brasil (-558.597) e para Pernambuco (-28.963). No caso do Estado, se fechar nesse patamar será o pior resultado desde 2016.

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