Fortalecimento do crédito será prioridade

HIPOTECA Medidas de desburocratização de empréstimos devem ser implementadas em 2021

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Publicado em 08/11/2020 às 2:00
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o pagamento do Auxílio Brasil junho 2022 voltou a ser feito nesta semana. - FOTO: MARCOS SANTOS/USP IMAGENS
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O fortalecimento do crédito "no curto prazo" será uma das prioridades da equipe econômica para 2021, afirmou a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia. Em nota informativa, divulgada esta semana, sobre os objetivos e os desafios para o próximo ano, o órgão informou que pretende investir na modernização das garantias (bens dados como garantia em empréstimos) para fortalecer a recuperação econômica após a pandemia de covid-19.

Entre as propostas apresentadas estão a autorização para que um imóvel possa ser usado como garantia várias vezes, ajustes nos procedimentos de notificação e intimação para a execução extrajudicial da alienação fiduciária e mudanças nos valores de referência para os leilões de execução. As medidas pretendem facilitar o fornecimento de bens como garantia para a obtenção de empréstimos.

Para permitir a ampliação do uso das garantias, o governo pretende estabelecer um novo processo de execução extrajudicial da hipoteca. Segundo a nota, o governo pretende criar as Câmaras Gestoras de Garantias, que pretendem "facilitar a constituição, a utilização, a gestão e o compartilhamento de garantias utilizadas para operações de crédito e de financiamento".

O governo também quer ampliar o uso do saldo de fundos de pensão como garantia de crédito. Segundo a SPE, isso permitiria padronizar regras e ampliar os tipos de instrumentos financeiros que podem ser usados como lastro nas operações de crédito. Atualmente, os principais instrumentos de lastro são os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Agrícolas (CRA).

SETOR RURAL

A nota informativa lista propostas para estimular o desenvolvimento do setor rural com medidas vinculadas à preservação do meio ambiente. Uma das iniciativas em estudo, a criação do Fundo Imobiliário Rural pretende financiar a regularização das propriedades e os investimentos nas propriedades.

Entre os instrumentos ambientais, estão a criação de um mercado na bolsa de valores para a negociação de cotas de reserva ambiental. Por meio do mecanismo, áreas rurais que excedam os limites mínimos de conservação podem ser vendidas para os proprietários de terrenos com percentual de preservação abaixo do exigido.

Outra iniciativa em estudo é a Cédula do Produtor Rural (CPR) verde, que permite antecipar recursos da safra. O dinheiro obtido com a venda dos títulos irá para uma conta especial, da qual o produtor só poderá sacar recursos em prestações, mediante comprovação de que cumpriu metas de conservação de matas naturais na propriedade.

DESAFIOS

O documento da SPE listou os principais desafios para a economia brasileira em 2021. Segundo o órgão, as principais ações se darão em duas frentes. Por um lado, o País precisa prosseguir com as reformas estruturais para controlar os gastos públicos e reequilibrar as contas. Por outro, a revisão de marcos regulatórios é importante, na avaliação da secretaria, para atrair investimentos privados e melhorar a competitividade da economia brasileira.

Em relação aos prognósticos para o fim deste ano e o início de 2021, a nota informou que a economia está num movimento de retomada após a fase mais aguda da pandemia de covid-19. Segundo a SPE, a recuperação foi puxada pelo comércio e pela indústria no terceiro trimestre e será liderada pelo setor de serviços no quarto trimestre de 2020.

Em relação ao mercado de trabalho, a secretaria informou acreditar que o setor informal se recuperará com a reabertura das atividades. Para 2021, o documento disse acreditar que a taxa de ocupação da mão de obra retornará aos níveis anteriores ao início da pandemia.

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