DENÚNCIA

Fundador da Ricardo Eletro é denunciado por sonegação

Executivo financeiro da varejista também foi denunciado

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Publicado em 11/11/2020 às 22:38 | Atualizado em 11/11/2020 às 22:41
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Ricardo Nunes, fundador e ex-principal acionista da rede varejista Ricardo Eletro - FOTO: Divulgação
O empresário Ricardo Nunes, fundador da varejista Ricardo Eletro, foi denunciado na quarta-feira, 11, pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) por sonegação de R$ 14 milhões. Os valores foram cobrados em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), mas não repassados ao fisco estadual entre 2012 e 2017. O executivo financeiro da varejista à época, Pedro Magalhães, também foi denunciado.
O empresário não faz mais parte do quadro de acionistas do grupo, que atualmente pertence à Máquina de Vendas, grupo que está em recuperação judicial, com dívida de R$ 4 bilhões. A empresa anunciou que fecharia a maior parte de suas lojas e vai tentar priorizar as vendas pela internet. Nesse processo, demitiu 3,5 mil pessoas. Os principais credores são os bancos Itaú, Bradesco, Santander e a Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Cônsul.
Ricardo Nunes chegou a ser preso em São Paulo, em julho, em operação deflagrada pela Secretaria de Estado da Fazenda, Polícia Civil e pelo MP dentro das investigações que levaram à denúncia. À época, as informações das autoridades apontavam para possibilidade de sonegação em cerca de R$ 400 milhões em cinco anos.
As investigações, apesar da apresentação da denúncia nesta quarta, continuam para apurar supostos crimes de sonegação fiscal de 2017 a 2019. São apurados ainda possíveis crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O advogado de Ricardo Nunes, Marcelo Leonardo, negou que o cliente tenha cometido irregularidades na administração da varejista. "A Ricardo Eletro sempre declarou todos os tributos que devia, fez denúncia espontânea e pediu parcelamentos. Isso demonstra de forma inequívoca que nunca houve intenção de sonegar. Dever tributo não é crime", afirmou.
A advogada de Pedro Magalhães, Débora Pimentel, disse que, "apesar do respeito ao Ministério Público, Pedro Magalhães nega a prática de crime tributário ou de qualquer outra natureza. O ICMS não foi recolhido em sua integralidade exclusivamente por força de crise financeira, que culminou com o protocolo da recuperação judicial, reforçando que a companhia sempre buscou cumprir com seus compromissos.

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