Num dia de tensões no mercado financeiro, o dólar teve a maior alta diária desde o fim de outubro, mas encerrou a semana em queda de 1,63%. A bolsa caiu, acompanhando a movimentação no exterior, mas fechou a semana com alta de 1,16%.
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (20) vendido a R$ 5,386, com alta de R$ 0,072 (+1,35%). A moeda norte-americana chegou a abrir o dia em queda, mas passou a subir ainda durante a manhã, à medida que o pessimismo se consolidou no mercado internacional. Essa foi a maior valorização diária do dólar desde 28 de outubro, quando a divisa tinha subido 1,42%.
Apesar da alta desta sexta, a divisa acumula queda de 6,14% em novembro. No ano, o dólar valorizou-se 34,24%.
No mercado de ações, o índice Ibovespa, da B3, fechou a sexta-feira aos 106.042 pontos, com recuo de 0,59%. O indicador chegou a operar em leve alta durante a manhã, mas inverteu o movimento e passou a cair.
Tanto o dólar como a bolsa seguiram os mercados externos. O aumento de casos de covid-19 nos Estados Unidos e em países da Europa desanimaram os investidores internacionais, apesar dos avanços registrados nos últimos dias em diversas vacinas.
Outros dois fatores contribuíram para o pessimismo. A estagnação nas discussões sobre um novo pacote de estímulo nos Estados Unidos voltou a influenciar o mercado. Ontem, os líderes das bancadas democrata e republicana no Senado norte-americano tinham anunciado a disposição em retomar as conversas, mas as negociações não avançaram nesta sexta.
O segundo fator foi a decisão do secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, anunciar uma restrição de financiamentos para programas de socorro do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). A instituição financeira emitiu comunicado em que afirma que a medida não causará problemas porque o próprio Fed pode remanejar recursos internos.
No Brasil, o mercado também repercutiu uma declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o país pode vender uma pequena parcela das reservas internacionais para reduzir um pouco o endividamento público. Nesta tarde, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, confirmou que a proposta está em estudo, mas que a decisão final cabe ao Banco Central .
* Com informações da Reuters