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'No curto prazo, cenário de preços elevados deve continuar', diz chefe de informação de mercado agrícola do Ceasa

Problemas na exportação é um dos fatores que reflete no aumento do preço dos alimentos

Alice Albuquerque
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Alice Albuquerque
Publicado em 25/11/2020 às 10:54 | Atualizado em 25/11/2020 às 11:28
JAILTON JR./JC IMAGEM
A pandemia do coronavírus continua refletindo na alta dos preços - FOTO: JAILTON JR./JC IMAGEM

Em entrevista concedida ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal nesta quarta-feira (25), o chefe de informação de Mercado Agrícola do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), Marcos Barros, pontuou que a alta dos alimentos ocorrida nos últimos meses deve persistir no curto prazo. Segundo ele, a normalização só deve ocorrer a partir da segunda quinzena de janeiro. Ele ainda explicou que houve aumento de até 81,78% nos preços dos alimentos devido à pandemia do coronavírus e a fatores ambientais, como fortes chuvas, além de problemas na exportação.

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Barros relatou que houve aumento significativo em todos os segmentos: cereais, hortifrútis, laticínios. "No curto prazo, o cenário vai continuar com esses preços elevados, porque houve atraso no plantio de soja, do feijão, que no caso do feijão, só vai ser normalizado pela segunda quinzena de janeiro, começo de fevereiro. E a soja teve problema com exportadores com relação a entrega desses produtos", contou.

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Ainda de acordo com Marcos Barros, houve aumento em todos os intervalos que forem levados em consideração. "Tanto em relação a novembro do ano passado ou janeiro, até novembro. Mesmo com relação ao mês passado, por conta de fatores que já conhecemos. Sobretudo nos cereais, tivemos aumento das exportações, e das carnes também. Por conta das commodities, a soja e o açúcar".

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A prévia da inflação teve um aumento de 0,81% neste mês, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), maior resultado para o mês de novembro desde 2015, movimentando aumento dos preços não só dos alimentos, mas de outros itens que fazem parte do dia a dia do consumidor brasileiro.

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Segundo dados do Índice Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os alimentos continuam correspondendo pela maior parte do custo, com um aumento de mais de 2,16% no índice deste mês de novembro. No entanto, os outros produtos analisados no cálculo do IPCA também registraram aumento de preço neste mês, com destaque para transportes (1%), artigos de residência (1,4%) e vestuários (0.96%).  Já a inflação de outubro ficou em 0,82% no Recife. No ano, o índice está em 3,62%.

Por sua vez, o chefe de informação de Mercado Agrícola esclareceu que a influência das condições climáticas refletiu em aumento com relação a janeiro desse ano com o ano passado. "Foi provocado, sobretudo, por conta das condições climáticas que ocorreram ultimamente na região Sul e Sudeste, onde tivemos temporais, mas a chuva começou a normalizar. No Nordeste também tivemos pancadas de chuvas excepcionais que alteram a nossa oferta e, consequentemente, a qualidade do preço", finalizou.

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