Estado registra maiortaxa de desocupação

PNAD CONTÍNUA Nível de desemprego atinge pico de 18,8%, o mesmo do período pós-recessão

Publicado em 28/11/2020 às 2:00
ARTES JC
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Pernambuco está entre os três Estados com os maiores crescimentos da taxa de desocupação, numa alta de 3,8 pontos percentuais no terceiro trimestre do ano. Com esse resultado, Pernambuco é o quinto Estado brasileiro com a maior taxa de desocupação, com 18,8%.

Esse índice no pós-pandemia é o mais alto da série histórica da pesquisa, registrado no 2º trimestre de 2017 como resultado da recessão econômica que marcou o final do governo Dilma Rousseff.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Bahia (20,7%), Sergipe (20,3%), Alagoas (20,0%) e Rio de Janeiro (19,1%) são os Estados em pior situação em relação à desocupação.

Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o aumento na taxa de desemprego reflete a flexibilização das medidas de isolamento social para controle da pandemia de Covid-19. "Houve maior pressão sobre o mercado de trabalho no terceiro trimestre. Em abril e maio, as medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decisão das pessoas de não procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas, começamos a perceber um maior contingente de pessoas em busca de uma ocupação", explica.

No Estado, 684 mil pessoas de 14 anos ou mais procuraram emprego, mas não conseguiram encontrar no período de abrangência da pesquisa, entre julho, agosto e setembro, quando as medidas de distanciamento social no Estado por conta da pandemia do novo coronavírus começaram a ser flexibilizadas. No 2º trimestre de 2020, eram 533 mil pessoas na mesma situação, uma variação de 28,3%, o equivalente a 151 mil postos de trabalho que deixaram de ser ocupados.

A região Nordeste se destaca negativamente na taxa de subutilização, que chegou a 43,5%. Adriana diz que, do primeiro para o segundo trimestre, o Nordeste e o Sudeste, somados, foram as regiões que mais aceleraram a subutilização. Segundo ela, o Nordeste sempre apresenta taxas maiores de subutilização, mas agora, com o processo da pandemia, o Sudeste foi a região mais afetada. "Portanto, trazendo parte da força de trabalho para a subutilização."

De acordo com a economista, quando se analisa a retração da população ocupada, verifica-se que, em maio, a queda decorreu da informalidade, que puxou muito a ocupação para baixo. "Esse processo da subutilização está intimamente ligado à informalidade", disse Adriana.

Em Pernambuco, a taxa de informalidade atinge 48% da população ocupada, são 1,41 milhão de pessoas no agregado de julho, agosto e setembro, o que deixa o Estado com a 8º proporção mais alta de informais no Brasil. No 2º trimestre eram 1,36 milhão de informais em Pernambuco.

"As atividades informais têm sido uma alternativa à população, uma vez que a criação de vagas formais não consegue absorver todos os que buscam ocupação. Nesse contingente, estão também contabilizados os pequenos empreendedores que viram na crise oportunidades de geração", diz a gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita.

A pesquisa também mostra que o número de pessoas desalentadas no Estado passou de 359 mil no 2º trimestre para 402 mil no 3º trimestre de 2020, uma variação de 12,1%. O desalento acontece quando uma pessoa deixa de procurar emprego por dificuldades de encontrá-lo.

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