Em entrevista à Rádio Jornal neste sábado (19), o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que, apesar da crise gerada principalmente nos primeiros meses da pandemia do novo coronavírus (covid-19) no País, o banco não vislumbra nenhum aumento de inadimplência para 2021 e prevê, inclusive, o aumento de 20% na oferta de crédito, em relação a 2020.
>> Caixa abre agências neste sábado (19) para pagamento do auxílio emergencial; veja quem recebe
>> Bolsa Família poderá atender mais pessoas, diz secretário do Tesouro
Guimarães discordou do posicionamento do diretor de crédito imobiliário do Bradesco, Romero Albuquerque, que apontou um possível aumento da inadimplência entre o segundo e terceiro trimestres de 2021, devido ao fim do auxílio emergencial e ao vencimento do pagamento de programas de crédito do governo, implementados para conter os impactos da pandemia.
"Eles falam pelo Bradesco. Pela Caixa Econômica Federal, eu afirmo que não há nenhuma visibilidade de aumento de inadimplência. Pelo contrário. A crise que ocorreu em abril e maio foi a grande paralisação da economia. Tivemos um enorme impacto financeiro, mas desde junho a economia vem crescendo. Vamos zerar em dezembro o número de desempregados que começou em abril. A economia está crescendo de maneira forte e há, sim, sensação de normalização na Caixa", defendeu.
O presidente da Caixa está em Pernambuco até este domingo (20), para a 87ª etapa do programa Caixa Mais Brasil. No Estado, ele irá visitar cooperativas de catadores de materiais recicláveis, entidades de assistência social e pontos de atendimento do banco. Na sexta-feira, foram visitadas cooperativas localizadas no município de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. O objetivo é entender melhor a situação dessa população, para que se possam desenvolver operações de financiamento a juros mais baixos.
"Essas visitas por todo o Brasil permitem que tenhamos a sensibilidade daquela parcela da população que mais precisa. Fomos em lixões que ainda existem, em outras localidades onde não existem mais e vamos desenvolver operações de crédito para essas pessoas. É fundamental que elas possam melhorar a qualidade de operações. Do ponto de vista da Caixa, queremos financiar, a juros baixos, essas pessoas que tem condições muito baixas de vida. Na associação que fomos ontem, por exemplo, as pessoas vivem em habitações populares financiadas pela Caixa."
Pedro Guimarães afirmou que a Caixa irá utilizar a plataforma digital Caixa Tem, que tem sido utilizada para o pagamento do auxílio emergencial, para realizar a operação. "Já pagamos através dela 120 milhões de pessoas desde abril. E também por ela ofereceremos um crédito pré-aprovado a pelo menos 10 milhões de brasileiros. (Utilizar a plataforma) foi a maneira que encontramos de simplificar, acelerar e realizar as operações de maneira que clientes nem precisem ir à agência", ressaltou.
Segundo ele, o volume de informações fornecidas durante o período de pandemia ajuda a chegar até quem mais precisa. "Nos últimos nove meses, conseguimos um volume muito grande de informações sobre a maior parte da população brasileira. Existe um grupo que não tem condições de pagar (um empréstimo), e esse grupo deve ser o foco do Bolsa Família e qualquer programa de transferência de renda. Mas existe um segundo grupo, formado por pessoas que têm alguma renda, e os catadores estão nele. Há, sim, possibilidade de realizar empréstimo para essas pessoas", concluiu.
Uma segunda equipe da Caixa Econômica Federal virá ao Recife na segunda semana de janeiro para estudar mais a fundo a situação na capital pernambucana.
Comentários