
O navio petroleiro Santa Maria, de propriedade da empresa pernambucana Agemar Infraestrutura e Logística, parte do Porto do Recife para a sua primeira viagem no domingo (17) transportando gasolina e óleo diesel para Fernando de Noronha. A nova embarcação demandou um investimento de R$ 15 milhões e foi construído pelo estaleiro Joel Santos, de Santa Catarina. O navio vai permitir a implantação, nos próximos seis meses, de um Posto de Abastecimento de Aeronaves (PAA) no arquipélago pela empresa Revise Combustíveis, com sede em Natal (RN).
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"Noronha não tinha abastecimento de aeronaves porque não tinha navio para transportar o querosene de aviação", explica o diretor da Agemar, Manoel Ferreira. O petroleiro possui uma configuração específica pra evitar danos ao meio ambiente que são o fundo e costado duplos. "É como se tivesse um navio dentro do outro. Em caso de vazamento, o combustível fica confinado dentro do outro casco", explica.
A embarcação também tem instrumentos de navegação com tecnologia de última geração e certificações expedidas por entidades classificadoras internacionais em todas as etapas do projeto, inclusive a ISO 14.001. O navio foi desenvolvido dentro das exigências de calado e comprimento do cais de Noronha.“O projeto foi desenvolvido para minimizar ao máximo os riscos ao meio ambiente”, afirma Manoel.
Com 40 metros de comprimento, o Santa Maria foi construído nas dimensões máximas exigidas pelas normas de atracação no cais do porto de Noronha. Sua capacidade de transporte é de 440 mil litros, mais do que o dobro do Fernando de Noronha, navio que será substituído pela nova embarcação. A Agemar faz transportes de combustíveis para veículos e para a central de geração de energia elétrica de Noronha desde 1995.
TERMINAL
A implantação do Posto de Abastecimento de Aeronaves vai ter a capacidade para movimentar 200 mil litros de querosene de aviação por mês e deve receber um investimento de R$ 4,7 milhões a ser realizado pela empresa que deverá ficar pronto nos próximos seis meses.
O diretor da Agemar, que também é sócio da Dix Empreendimentos, empresa que administra o aeroporto de Fernando de Noronha, revela que desde 2012 vinha tentando atrair uma distribuidora de combustível de querosene de aviação para o arquipélago, mas esbarrava na exigência de um navio que cumprisse os requisitos de tanques e costado duplos. “A solução foi investir na construção de um navio próprio, uma vez que não encontramos no mercado uma embarcação usada com essa configuração e no tamanho adequado para atracar em Noronha”, destaca Manoel Ferreira.
O terminal de combustíveis para aviões vai contribuir para a redução do custo operacional das companhias aéreas e possibilitará a vinda de voos diretos dos grandes centros, sem a necessidade de parada no Recife para reabastecimento. Ainda como consequência disso, as companhias passarão a contar com maior capacidade de transporte de carga, uma vez que seus aviões poderão decolar para o arquipélago com um volume menor de combustível.
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