Privatização da Eletrobras será votada nesta quarta-feira (19) na Câmara, diz Lira
A oposição promete se mobilizar contra a aprovação do texto, que estava previsto para ir à votação nesta terça-feira (18)
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), confirmou nesta terça-feira (18) que a Medida Provisória que permite a privatização da Eletrobras não será votada hoje. Segundo ele, a proposta deve ser pautada na sessão plenária de quarta-feira (19). Lira fez uma cobrança ao relator, Elmar Nascimento (DEM-BA), para que ele debata a proposta com todas as lideranças e bancadas. Até agora, o texto ainda não se tornou público. A oposição promete se mobilizar contra a aprovação do texto.
"A Medida Provisória estará na pauta de amanhã, pelo acordo que foi feito com o Senado", afirmou Lira, em resposta a uma reclamação do deputado Danilo Cabral (PSB-PE), que disse ainda não ter tido acesso ao relatório. "Não podemos fazer um debate estratégico para o País a toque de caixa", disse Cabral.
Lira disse que Cabral tinha razão ao cobrar o relatório. "Me estranha muito, e tem toda razão vossa excelência. É importante que o relator esteja conversando com todas as bancadas e tenha reunião com o PSB e com todos os partidos para que explique o texto e que possa debater amplamente e com tranquilidade o assunto, à luz do que esteja escrito."
Privatização
O Rio São Francisco será um dos maiores prejudicados nas alterações feitas no relatório preliminar da Medida Provisória (MP) 1031 que autoriza a privatização da Eletrobras e está tramitando no Congresso Nacional. Na proposta original, estava previsto um aporte de R$ 9 bilhões na revitalização do Rio São Francisco. Agora, são R$ 3,5 bilhões em ações de revitalização do Velho Chico por 10 anos dentro de um total de R$ 8,75 bilhões, que serão divididos também com iniciativas na área de recursos hídricos nas bacias hidrográficas de Furnas (no Sudeste), no Norte do País e até do Rio Parnaíba, localizado entre as divisas do Piauí e do Maranhão.
A atual comercialização das ações da Eletrobras segue os moldes definidos no projeto que tramitou no Congresso desde 2017, elaborado no governo do presidente Michel Temer (MDB). Com a venda das ações, o governo federal deixaria de ser o grande acionista do sistema Eletrobras.