Medidas restritivas

Conselheiro da Abrasel defende restrições ainda mais rígidas por tempo mais curto: mesmas ações terão sempre mesmos resultados

Empresários do setor temem mais quebradeira e desemprego. Atividade foi uma das mais afetadas pela covid-19 desde o início da pandemia

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Adriana Guarda

Publicado em 25/05/2021 às 11:21 | Atualizado em 25/05/2021 às 17:54
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O conselheiro da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Pernambuco, Tony Sousa, defende o fechamento geral das atividades econômicas, por um período mais curto, para garantir uma redução mais significativa nos índices de contágio da covid-19 no Estado. A sugestão foi apresentada nesta terça-feira (25), durante participação no programa Passando a Limpo, com Geraldo Freire, na Rádio Jornal. O empresário questiona que, desde fevereiro, o setor vem sendo prejudicado pelas medidas restritivas, mas os números da pandemia não melhoram.

A partir desta quarta-feira (26) até o dia 6 de junho, bares, restaurantes, lanchonetes e cafés terão que fechar as portas nos finais de semana, obedecendo as novas medidas restritivas, publicadas nesta terça (25) pelo governo de Pernambuco. Antes do novo decreto, os estabelecimentos estavam funcionando das 5h às 20h, de segunda a sexta, e até às 18h aos domingos. Agora, nos finais de semana o funcionamento será apenas por meio de delivery ou coleta no local. 

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"Estamos sendo penalizados por um comportamento da sociedade. As aglomerações acontecem nas igrejas, nos supermercados, no transporte público, na feira livre e em vários locais onde os protocolos não estão sendo seguidos. Sem fechar esses outros locais, as medidas do governo estão sendo paliativas e não iluminam o foco do problema. As medidas restritivas têm que ser para todos os segmentos. Entendemos que o momento é caótico e a dificuldade das autoridades, mas aprendi com a minha avó que se a gente faz as mesmas ações vai ter sempre os mesmos resultados. Por isso, acreditamos que as restrições deveriam ser por um tempo mais curto e mais abrangente", defende Sousa. 

FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Como vamos estimular as pessoas a fazer confraternização se as mesas só podem ter, no máximo, dez pessoas?", pondera Tony Souza, dono da Cia. do Chopp - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

FLEXIBILIZAÇÃO

O empresário conta que a Abrasel estava pronta para apresentar um plano de flexibilização dos horários de atendimento dos estabelecimentos para pulverizar o atendimento e tornar mais adequado a cada tipo de negócio. Ele explica que não faz sentido um sushi ou um bar, funcionar no mesmo horário de um restaurante. A ideia é ter três horários de funcionamento: os restaurantes funcionando das 11h às 22h para almoço e jantar, suhis hamburguerias, pizzarias e bares das 16h/17h às 23h e o horário das 5h às 20h para cafés, lanchonetes e outros negócios.

"O fato é que a gente não aguenta mais. Pouquíssimas empresas conseguiram tem acesso a financiamentos, porque muitas não estavam com os impostos e outras exigências em dia e estamos completando mais de um ano com restrições. O saldo negativo foi de mais de 30% de estabelecimentos fechados e demissão em massa no setor", lamenta. 

Outro questionamento do empresário é o aumento do número de vagas de UTIs. "Temos acompanhado o governo anunciar mais vagas, mas temos visto em outros Estados a retomada dos hospitais de campanha", observa.  

 

Confira a nota da Abrasel-PE na íntegra

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Pernambuco (Abrasel em PE) vê com muita preocupação as novas medidas restritivas, ainda mais rígidas, impostas pelo Governo de Pernambuco limitando ainda mais o funcionamento dos bares e restaurantes tanto da Região Metropolitana do Recife, quanto do Agreste.

Os empresários do setor entendem que o momento da pandemia é realmente crítico, como comprovam os números de pessoas doentes e internadas, com 98% dos leitos hospitalares ocupados no momento.

Porém, o que a associação solicita ao governo são medidas eficazes na tarefa de reduzir a lotação hospitalar, como, por exemplo, a criação de novos leitos; a retomada dos hospitais de campanha e o aumento da frota do transporte de massa, visto que as medidas até o momento ainda são insuficientes para aliviar a situação.

A Abrasel em Pernambuco quer que o governo acelere o processo de vacinação no estado. Estamos abaixo da média nacional na aplicação de vacinas. E a imunização da população é um fator determinante para darmos um passo seguro na retomada das atividades.

O nosso setor segue cumprindo rigorosamente todos os protocolos de segurança estabelecidos, colaborando, inclusive, com a criação e a aplicação das regras sanitárias.

O setor de alimentação fora do lar já vem sofrendo com as restrições desde março do ano passado e sentirá profundamente esse novo impacto, pois se um fechamento é necessário para conter a situação, que ele seja linear, para todos. Não é possível excluir setores específicos, enquanto outros não essenciais seguem com seu funcionamento intacto, potencializando o aumento da contaminação pelo Coronavírus.

25 de maio de 2021

Conselho de Administração da Abrasel em Pernambuco.

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