ENERGIA ELÉTRICA

Prepare o bolso: novo aumento da conta de luz pode sair nesta terça. Veja quanto deve ser

É o quarto mês consecutivo que a Aneel aciona a bandeira vermelha patamar 2

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Amanda Azevedo, Estadão Conteúdo

Publicado em 31/08/2021 às 0:12 | Atualizado em 31/08/2021 às 3:53
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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pode anunciar nesta terça-feira (31) o novo valor da bandeira vermelha patamar 2, nível tarifário mais alto que está mantido na conta de luz de setembro. A taxa extra, que hoje é de R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh), deve ficar entre R$ 14 e R$ 15.

Segundo a jornalista Ana Flor, da Globonews, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu recomendar à Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg) que o novo valor seja R$ 14,20. A câmara é formada por representantes de seis ministérios, para lidar com a crise hídrica.

A Aneel calculou que seria necessário um valor mais alto, por volta de R$ 25 a cada 100 kWh, até dezembro deste ano, com possibilidade de retorno aos atuais R$ 9,49 em janeiro.

Se o anúncio do novo valor da taxa extra não for feito nesta terça-feira (31), é possível que a diretoria colegiada se reúna ao longo da semana e defina a correção com efeitos retroativos a 1º de setembro.

Bônus para quem economizar

O CMSE também teria proposto que o bônus aos consumidores que economizarem acima de 10% nos próximos meses seja de R$ 0,50 a cada kWh reduzido no período.

Crise hídrica

É o quarto mês consecutivo que a Aneel aciona a bandeira vermelha patamar 2. De acordo com a agência, agosto foi um mês de "severidade" para o regime hidrológico do sistema elétrico, pois as afluências (quantidade de água que chega aos reservatórios)continuaram entre as mais críticas já registradas

"A perspectiva para setembro não deve se alterar significativamente, com os principais reservatórios do SIN Sistema Interligado Nacional atingindo níveis consideravelmente baixos para essa época do ano. Essa conjuntura sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e necessidade de acionamento máximo dos recursos termelétricos", diz o comunicado.

Em junho, a agência já havia aprovado um reajuste de 52% na bandeira vermelha 2, que foi de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh. Já nessa ocasião, a agência admitiu que o valor não seria suficiente para fazer frente às despesas com as usinas térmicas e abriu uma consulta pública para discutir uma nova alta. A proposta previa um reajuste para até R$ 11,50.

O valor, no entanto, foi proposto antes de o governo admitir uma "relevante piora" nas previsões para o cenário hídrico e nas projeções para os próximos meses. Cálculos da agência reguladora apontam que as medidas adotadas pela Câmara de Regras Excepcionais para a Gestão Hidroenergética (Creg), grupo presidido pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e criado por meio da Medida Provisória 1055 devem custar entre R$ 2,4 bilhões a R$ 4,3 bilhões.

Sistema de bandeiras

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 e sinaliza ao consumidor o custo da geração de energia elétrica no País. Na prática, as cores e modalidades (verde, amarela ou vermelha) indicam se haverá ou não cobrança extra nas contas de luz.

A bandeira verde, quando não há cobrança adicional, significa que o custo para produzir energia está baixo. O acionamento das bandeiras amarela e vermelha representa um aumento no custo da geração e a necessidade de acionamento de térmicas, o que está ligado principalmente ao volume dos reservatórios e das chuvas.

 

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