Maiores e Melhores: Aena ficou em primeiro lugar no crescimento da receita líquida
Além das estratégias de gestão adotadas, resultado compara todo o ano de 2020, com o período que a empresa assumiu os aeroportos do Nordeste
Era uma segunda-feira de março de 2019, quando a espanhola Aena comemorava sua entrada no Brasil pelos aeroportos nordestinos. Disputando com mais dois concorrentes, o grupo aeroportuário venceu a 5ª Rodada de Concessões dos Aeroportos, realizada pelo governo Federal, e arrematou o bloco Nordeste por R$ 1,9 bilhão, um ágio de 1.010,69%. O lote era o mais cobiçado do leilão e incluía os aeroportos do Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), Juazeiro do Norte (CE), João Pessoa (PB) e Campina Grande (PB). Um ano depois, em março de 2020, a pandemia da covid-19 chegaria ao Brasil e encolheria o tráfego de passageiros nos aeroportos nacionais. Foi um dos piores anos da história do setor.
Mesmo diante de um ano que se mostrou negativo e incerto, a Aena conseguiu manter investimentos e aparecer no topo do ranking do Balanço Empresarial - Maiores e Melhores 2021, na categoria variação da receita líquida, com percentual positivo de quase 800% (799,2%) na comparação entre 2019 e 2020. O desempenho é resultado da estratégia de redução de custos, da eficiência na gestão e de uma questão contábil, porque a Aena assumiu a efetividade do contrato dos aeroportos do Nordeste em outubro de 2019, enquanto em 2020 foi contabilizado o exercício completo.
O levantamento Maiores e Melhores está na sua 15ª edição e é realizado pela JBG & Calado Gestão e Negócios, do economista e contabilista, José Emílio Calado. O trabalho analisa a situação das empresas em oito indicadores contábeis (ativo, receita líquida, variação da receita líquida, lucro líquido, variação do lucro líquido, crescimento do ativo imobilizado, rentabilidade do patrimônio líquido e margem líquida). Os dados são captados nos balanços das empresas divulgados anualmente no Diário Oficial de Pernambuco. Este ano foram avaliadas e ranqueadas 240 companhias. O Jornal do Commercio está publicando uma série de reportagens, todas as segundas e terças-feiras, sobre as empresas do ranking e como se comportaram no primeiro ano da pandemia.
"Desenvolvemos rapidamente um plano de contingência, conseguindo manter todos os empregos gerados da Aena, respeitando as condições de saúde de cada trabalhador e assegurando salários e benefícios. Ainda assim, foi possível reduzir ao máximo os custos de cada aeroporto e postergar, quando possível, o capital de investimento, mantendo sempre as condições de segurança nas operações. Pela grande importância logística, todos os aeroportos permaneceram abertos, contribuindo enormemente com o transporte de testes de covid, vacinas, medicamentos e outros insumos de saúde essenciais durante todo este período. Deste ponto de vista, estamos bastante orgulhosos de haver colaborado com a distribuição de mais de 24,5 milhões de doses vacinas, nos cinco estados onde estamos situados", destaca o CEO da Aena, Santiago Yus Sáenz de Cenzano.
Investimentos aconteceram com novas datas
Diante da pandemia, as datas dos investimentos pactuados pela Aena com a Associação Nacional da Aviação Comercial (Anac) precisaram ser repactuadas, até porque durante um bom tempo a construção civil não pode atuar, mas algumas obras começaram a ser entregues este ano. "As chamadas obras emergenciais, da fase 1A do contrato com a Anac, foram concluídas e entregues no primeiro semestre de 2021. Os trabalhos incluíram a renovação completa dos banheiros, renovação dos sistemas de iluminação e climatização, sinalização, reparos nos telhados, fachadas e revitalização ou substituição de pisos", explica Cenzano.
Já as obras da fase 1B estão em fase de licitação, dentro do prazo estabelecido em contrato, quando nossos aeroportos vão passar por mudanças importantes, ganhando uma gestão mais moderna e eficiente em todas as etapas do processamento de passageiros, bagagens e cargas. As melhorias incluem ampliação de terminais, aumento da capacidade operacional, adequação de segurança operacional, incremento das áreas de pista, táxi e pátio de voo, entre outros itens.
Apesar dos esforços, em 2020 a Aena registrou uma redução de 45% da movimentação de passageiros, em relação a 2019. A queda chegou a 92% nos primeiros meses da pandemia.
"O contrato de concessão já previa possíveis ajustes econômicos por motivos de força maior. Assim, estamos conversando com a Anac, com quem firmamos o contrato de concessão, por 30 anos, para avaliar e reajustar o contrato, de acordo com o impacto econômico causado pela pandemia", adianta o executivo.
Para acelerar a retomada pós-pandemia, a Aena Brasil tem oferecido benefícios às companhias aéreas. A partir de determinado número de voos, as companhias não pagam mais taxa de pouso, o que tem significado uma economia importante para as empresas.