CUSTO DE VIDA

Cesta básica subiu em setembro em 11 cidades, mas caiu 0,42% no Recife; diz Dieese

Dos 12 produtos que compõem a cesta básica no Recife, oito apresentaram aumento nos preços médios em setembro com relação ao mês anterior

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Angela Fernanda Belfort

Publicado em 06/10/2021 às 17:27 | Atualizado em 06/10/2021 às 17:30
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O custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 11 cidades e diminuiu em seis em setembro, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realizado em 17 capitais. As maiores altas foram registradas em Brasília (3,88%). Campo Grande (3,53%), São Paulo (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%). As capitais com quedas mais intensas foram João Pessoa (-2,91%) e Natal (- 2,90%). No Recife, houve um recuo de -0,42%, que resultou numa queda de R$ 2,06. O valor da cesta básica no Recife ficou em R$ 489,40. O recifense gastou 48,10% do salário mínimo líquido em setembro último para comprar os produtos da cesta para uma pessoa adulta.

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Dos 12 produtos que compõem a cesta básica, oito apresentaram elevação nos preços médios em relação a agosto no Recife. São eles: açúcar (2,65%), óleo de soja (1,36%), arroz (1,25%), carne (0,97%), farinha de mandioca (0,68%), manteiga (0,51%), café (0,35%) e pão francês (0,19%). Os quatro produtos apresentaram redução no preço: tomate (-6,31%), banana (-3,91%), feijão (-0,24%) e leite integral (-0,23 %).

Ainda no Recife, em 2021, houve uma variação de 4,26% que trouxe um acréscimo de R$ 20,01 no valor da cesta básica. Nos 12 meses, o acréscimo foi de 5,40%, provocando um aumento de R$ 25,09 no preço da cesta básica. Ainda em 2021, os produtos que mais subiram na capital pernambucana foram: açúcar (+33,91%), carne (+14,68%), banana (+12,59%), feijão carioquinha (+6,76%), óleo de soja (+5,65%), arroz (+3,99%), café (+3,06%), manteiga (+2,98%), farinha de mandioca (+1,37%), pão francês (+0,58%). No mesmo período, os que caíram foram tomate (-19,38%) e leite (-12,11%).

Não é à toa que o consumidor sente que está comprando cada vez menos com o mesmo valor. A Variação do preço médio de vários produtos no Recife ultrapassaram os dois dígitos nos últimos 12 meses: açúcar (+40,22%), óleo de soja (+37,68%), arroz (+27,07%), carne (+26,41%), farinha de mandioca (+13,23%), feijão carioquinha (+8,54%), manteiga (+3,59%), café (+3,44%). Na mesma comparação, os que tiveram redução de preço foram: pão francês (-2,25%), leite (- 15,42%), tomate (-20,91%) e banana (-22,88%).

Ainda em setembro, a cesta básica mais cara foi a de São Paulo (R$ 673,45), seguida pelas de Porto Alegre (R$ 672,39), Florianópolis (R$ 662,85) e Rio de Janeiro (R$ 643,06). Entre as capitais do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta tem algumas diferenças em relação às demais cidades, Aracaju (R$ 454,03), João Pessoa (R$ 476,63) e Salvador (R$ 478,86) registraram os menores custos.

Ao comparar setembro de 2020 e setembro de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os maiores percentuais foram observados em Brasília (38,56%), Campo Grande (28,01%), Porto Alegre (21,62%) e São Paulo (19,54%).

Nos primeiros nove meses de 2021, 16 capitais acumularam alta, com taxas entre 0,19%, em Aracaju, e 13,05%, em Curitiba. Somente Salvador apresentou ligeira queda de -0,05%.

SALÁRIO IDEAL

Com base na cesta mais cara que, em setembro, foi a de São Paulo, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.657,66, o que corresponde a 5,14 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Já em agosto, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.583,90, ou 5,08 vezes o piso em vigor.

Em todo o País, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em setembro, ficou em 115 horas e 02 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em agosto, quando foi de 113 horas e 49 minutos. Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em setembro, 56,53% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em agosto, o percentual foi de 55,93%.

A partir de agosto deste ano, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos passou a ser realizada presencialmente em todas as 17 capitais. O retorno foi gradual ao longo de 2021, à medida que a vacinação foi avançando nas cidades. As feiras livres foram introduzidas novamente na pesquisa. As últimas cidades onde o levantamento voltou a campo foram Porto Alegre, Aracaju, Curitiba e Goiânia.

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