NEGÓCIOS

Somente uma em cada cinco empresas em Pernambuco sobreviveu dez anos

Número compreende período entre 2009 e 2019, antes mesmo da pandemia da covid-19

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Lucas Moraes

Publicado em 22/10/2021 às 12:42 | Atualizado em 22/10/2021 às 12:47
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Somente 20% dos negócios estabelecidos em Pernambuco, entre os anos de 2009 e 2019, tiveram pelo menos dez anos de vida, de acordo com números elencados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2019, com base no Cadastro Central de Empresas (Cempre). No total, em 2019, 21.301 unidades locais saíram do mercado, o que representa uma taxa de saída de 17%. Embora o número de empresas ativas tenha crescido 51% no Estado no mesmo período. 

Em 2009, Pernambuco tinha 82.772 empresas ativas, excluindo-se os microempreendedores individuais (MEIs), órgãos da administração pública, entidades sem fins lucrativos e as organizações internacionais que atuam no País. No ano de 2019, o número passou para 125.443. 

Entre as mais de 125 mil unidades locais ativas em 2019, 98.649 foram fundadas em
anos anteriores, o que representa uma taxa de sobrevivência de 78,6%. A pesquisa também
mostra que 26.794 estabelecimentos entraram no mercado em 2019, sendo 21.102 nascimentos e 5.692 reativações, totalizando uma taxa de entrada de 21,4%.

Por outro lado, um total de 21.301 unidades locais saíram do mercado, com taxa de saída de 17% em 2019. Em 2009 foram 22.436 saídas. 

Ainda de acordo com o estudo, apenas 20% das unidades locais de empresas nascidas em
2009 conseguiram completar dez anos de existência em 2019. Apesar de parecer alto, o percentual está abaixo da média brasileira (22,9%) e da média do Nordeste (20,9%). Também é o terceiro menor percentual regional, atrás somente do Ceará (19,2%) e do Maranhão (18,3%).

Em quatro das vinte atividades econômicas consideradas pelo levantamento, a taxa de saída
das unidades locais foi maior do que a taxa de entrada, ou seja, mais estabelecimentos fecharam do que abriram.

O setor de outras atividades de serviços teve a maior diferença, com taxa de entrada de 19,5% e taxa de saída de 25,1%. Isso significa, de acordo com o IBGE, que proporcionalmente esse foi o segmento que mais perdeu unidades ativas no comparativo entre 2018 e 2019.

No alojamento e alimentação, a taxa de entrada foi de 20,2%, enquanto a taxa de saída foi de
21,6%. No comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, a taxa de entrada foi de 18,1%, versus 19,1% de taxa de saída. Nas indústrias de transformação, a diferença foi menos intensa: 16,8% de taxa de entrada e 17,5% de taxa de saída. Essas três últimas atividades econômicas são as que mais concentram unidades locais e trabalhadores assalariados. O comércio, sozinho, compõe 45% de todas das unidades em Pernambuco.

Salários

De acordo com a Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo, as unidades locais ativas em Pernambuco empregavam pouco mais de 1 milhão de pessoas assalariadas, e esse número se manteve estável entres 2018 e 2019.

As empresas sobreviventes, com ao menos um ano de atuação, absorveram 95,2% desses trabalhadores. O comércio é o setor que mais emprega no estado, com 288,6 mil postos de trabalho ou 27,4% do total; em segundo lugar, vem a indústria, com 189,4 mil vagas (18% do total) e, na sequência, as atividades
administrativas e serviços complementares, com 143,4 mil vagas (13,6% do total).

O salário médio pago aos trabalhadores dos estabelecimentos ativos é R$ 1.903 por mês, o segundo maior valor de todo o Nordeste, atrás apenas da Bahia. As empresas sobreviventes pagam ligeiramente mais: R$ 1.922. No entanto, se for considerado o salário médio pago apenas pelas empresas que entraram no mercado em 2019, o montante é bem menor: R$ 1.289, o quinto pior montante da região.

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