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Polo automotivo de Goiana: Stellantis reclama de infraestrutura, mas mantém plano de investir R$ 7,5 bilhões

Mesmo com crise gerada pela pandemia da covid-19, afetando a produção pela falta de semicondutores, empresa vê como fundamental continuar a ampliar parque de fornecedores em Goiana

Publicado em 10/12/2021 às 14:20
FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
GESTÃO Pacote de medidas visa estimular a atividade turística na capital - FOTO: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
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O ano de crise, em função do desarranjo das cadeias produtivas, inviabilizando a produção de veículos pela falta de semicondutores, não derrubou o otimismo do grupo Stellantis (Fiat-Chrysler e Grupo PSA), que mantém o polo automotivo de Goiana, na Zona da Mata Norte pernambucana. No Estado, a companhia mantém seu plano de investimento de R$ 7,5 bilhões aplicados até 2025. Junto a isso, também segue em linha de desenvolvimento a ampliação do parque de fornecedores, com possibilidade de chegar ao total de 60 empresas fornecedoras antes do prazo inicialmente previsto. O aporte, segundo o presidente da Stellantis para a América do Sul, Antonio Filosa, é extremamente necessário, já que o polo pernambucano ainda sofre com um gargalo logístico grande. 

 

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"O planejamento está sendo seguido de forma rigorosa, porque é do nosso máximo interesse. O polo automotivo foi instalado numa área logisticamente complexa, numa zona de gaps (buracos) competitivos que deixam o custo cada vez maior para transportar componentes e mesmo carros para o mercado consumidor", disse Filosa em entrevista coletiva nesta sexta-feira (10). 

Atualmente o parque de fornecedores da companhia já dispõe de 41 empresas, que tentam estar o mais próximo possível para sanar esse gargalos produtivos. Á estimativa é de até 2025 alcançar o total de 60 empresas fornecedoras instaladas. "Vamos chegar aos 60 (fornecedores) ao longo do período ou antes", adianta Filosa. 

"Na indústria de transformação, qualquer uma, é desfavorável (política de isonomia fiscal) para Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Qualquer indústria de transformação que se implemente nessas regiões, quase sempre serve um mercado de 3 mil quilômetros de diferença ou mais. Temos uma gap enorme de entrega, que já é muito severo e está piorando. A cadeia produtiva tem novos gargalos, com o peso do combustível crescendo e assim por diante. Existe ainda um gap logístico na entrada, porque a maioria dos fornecedores está muito distante", confessou. 

Embora tenha sentido o impacto da pandemia na produção, a Stellantis conseguiu crescer até 2,5% o seu marketshare, ultrapassando o total de 30% do mercado. O avanço deu-se em função da desenvoltura em meio à crise, ganhando espaço que foi deixado pelos concorrentes que tiveram maiores problemas com a falta de semicondutores. 

"Estamos com visão positiva da nossa performance e acreditamos que, embora tenhamos ganhado 2,5% de marketshare por irregularidade da produção dos demais, nossa posição é de otimismo para o ano que vem. Queremos manter essa performance e acreditamos que isso é possível, porque os dados que temos de demanda são muito robustos e positivos", afirma o presidente da Stellantis. Há perspectiva de crescimento na casa dos 10% a 12% no mercado de veículos em 2022, sobre o resultado a ser fechado este ano. 

Sobre semicondutores, a Stellantis vê "sinais bastante claros de equilíbrio", o que deve melhorar a performance em relação aos meses anteriores. "Claramente os fornecedores estão diariamente procurando oportunidade de ampliar a oferta deles. Segundo, as montadoras estão amadurecendo o plano de melhorar comercialmente ou tecnologicamente essa relação (de dependência dos semicondutores)", complementa Filosa. 

A Stellantis determinou esta semana a volta de 970 dos 1,8 mil funcionários que estavam afastados em função da falta de semicondutores. A fábrica em Goiana segue operando em três turnos. 

Para 2022, os desafios seguem concentrados na variação cambial, inflação e instabilidade como um todo que o País deverá passar com uma nova eleição. Equilibrar o custo da produção com o bolso do consumidor na América Latina, e sobretudo no Brasil, onde o poder de compra é menor. Dentro dos número globais da Stellantis, a América Latina tem uma das menores produções, respondendo por 4,5 milhões de unidades, mas mantém o maior marketshare, respondendo por 23%. 

 

 

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A Jeep foi a primeira montadora no Brasil a utilizar a cabotagem, transporte marítimo entre portos, como fluxo permanente - FOTO:Divulgação

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