PANDEMIA

"Não houve negociação. Fomos apenas informados", diz presidente da Associação de Bares e Restaurantes em Pernambuco em relação às novas restrições

Novo decreto do governo estadual determina que para ter acesso a bares e restaurantes os clientes terão que apresentar comprovação de vacinação

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Edilson Vieira

Publicado em 10/01/2022 às 20:37 | Atualizado em 10/01/2022 às 21:43
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A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Pernambuco (Abrasel-PE) disse, através de seu presidente, André Araújo, que vai cumprir as novas determinações do Governo de Pernambuco no sentido de restringir o acesso da população a estabelecimentos comerciais e de lazer como forma de conter o aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). André Araújo, no entanto, lamentou a forma "açodada", segundo ele, como o governo decidiu pelas novas restrições. "Não houve conversa. Simplesmente fomos informados da decisão", afirmou André Araújo.

Confira as restrições impostas

O novo decreto do governo determina que para ter acesso a bares e restaurantes será necessário que os clientes apresentem comprovação de vacinação. Eventos terão público máximo reduzido para 3 mil pessoas e, além do passaporte vacinal, será preciso mostrar teste negativo de Covid-19. O governo vai detalhar melhor as novas medidas em uma entrevista coletiva nesta terça-feira (11), às 10 horas. Mas o decreto já passa a valer a partir da próxima sexta-feira, dia 14.

RECEIO

Para André Araújo, presidente da Abrasel-PE, há por parte dos empresários do setor receio de que as medidas possam reduzir a movimentação dos estabelecimentos. "Nós fomos um dos primeiros setores a criar protocolos de higiene e segurança e seguimos até hoje. As famílias têm segurança  ao frequentar  os bares e restaurantes mais ainda não sabemos como o público vai reagir a necessidade da apresentação de documentação", diz o representante da Abrasel-PE.

Araújo argumentou que os locais com maior incidência de contaminação são os que estão mais sujeitos a aglomeração, e lembrou um estudo da Fiocruz, divulgado em junho do ano passado, que mostrou que terminais de ônibus tem maior risco de contaminação, com 48,7% de amostras positivas. "Bares e restaurantes ficaram com risco em torno de 2%", argumentou Araújo. O presidente da Abrasel-PE disse ainda que o governo poderia seguir ouras estratégias, como reforçar as campanhas de incentivo à vacinação, incluindo a de Influenza.

REGRAS

Segundo o novo decreto estadual, para acesso a estabelecimentos gastronômicos será necessária a comprovação de vacinação de duas doses ou dose única para pessoas até 54 anos e de dose de reforço para pessoas acima de 55 anos. Nos eventos, além do passaporte vacinal será exigida a apresentação de teste negativo de covid, sendo com 24 horas de antecedência para exames de antígeno e de 48 horas para exames de RT-PCR. O número máximo de frequentadores será de 50% da capacidade do espaço ou três mil pessoas em locais abertos e de mil pessoas, em locais fechados. As medidas serão válidas até 31 de janeiro próximo.

ABRASEL NACIONAL

O presidente executivo da Abrasel nacional, Paulo Solmucci, já havia declarado, no início do mês passado, que este tipo de ação, de exigir o passaporte vacinal em bares e restaurantes,  é uma medida "que atinge um setor já muito penalizado na pandemia e seus clientes, sem trazer efeitos práticos". Segundo o depoimento do presidente da Abrasel nacional, publicado no site da entidade, faria muito mais sentido que a medida fosse adotada em escolas e faculdades, com o apoio de educadores e pais. "No Brasil, cerca de 10% da população encontra-se com a segunda dose atrasada, a maioria jovens e adolescentes". Ele também chamou a atenção para o caso do Rio de Janeiro, onde o prefeito Eduardo Paes recuou na medida de impor a exigência para shopping centers com o argumento de que seria difícil a aplicação e fiscalização mas a manteve para os bares e restaurantes, o que, no entendimento da Abrasel, não faz sentido.

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