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Intenção de consumo das famílias pernambucanas segue em recuperação

Segundo análise da Fecomércio-PE, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias em Pernambuco atingiu o sétimo mês consecutivo de crescimento

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Edilson Vieira

Publicado em 24/03/2022 às 19:31 | Atualizado em 24/03/2022 às 19:34
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O Índice de Intenção de Consumo das Famílias em Pernambuco (ICF-PE) segue em trajetória de recuperação e alcançou 80,8 pontos em março. É o que aponta a análise da Fecomércio-PE. A última vez em que esteve acima desse patamar foi em abril de 2020, quando já registrava queda de 4,3% em relação a março do mesmo ano, chegando a 83,5 pontos, logo após a confirmação da covid-19 em território brasileiro.

Com o resultado do mês atual, já são sete meses consecutivos de elevação, sugerindo uma retomada da confiança das famílias pernambucanas em relação aos fatores que influenciam o consumo. "É importante destacar que essa melhora ocorre mesmo observando-se uma conjuntura adversa para realização de compras, o que legitima o índice ainda permanecer muito abaixo de 100 pontos, que configuraria um maior ímpeto de compras", analisou Ademilson Saraiva, assessor econômico da Fecomércio-PE.

MELHORIA

Segundo o economista, as famílias consideram um ambiente melhor no primeiro trimestre, em relação ao ano anterior, influenciadas sobretudo pelo avanço da imunização, aumento da circulação de pessoas e da reativação do mercado de trabalho local, "embora este avance de forma tímida no início de 2022 de acordo com o dado mais recente disponível, considerando que o avanço da inflação e dos juros tendem a tornar as condições de consumo menos favoráveis nos próximos meses", projeta Saraiva.

O único dado concreto sobre a dinâmica do emprego neste início de ano refere-se ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e remete a janeiro. Segundo o Caged, Pernambuco gerou 537 empregos no primeiro mês de 2022, melhor que o Ceará (-1.508), onde o ICF ficou em 76,5 pontos em março, mas muito abaixo do resultado observado na Bahia (+11.279), que registra 83,2 pontos no ICF.

RENDIMENTOS

A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/Ibge) do último trimestre confirmou que, além do desemprego mais elevado em Pernambuco e Bahia (17,1 e %) em relação ao resto do país (11,1, a população ocupada no estado sofreu uma queda no rendimento médio do trabalho: de R$ 1.911 no 4° trimestre de 2020 para 1.709 no mesmo período de 2021, ou seja, variação de -10,6%.

Mesmo com um baixo desempenhos no mercado de trabalho, a avaliação do Índice de Consumo das Famílias em Pernambuco que avaliam o emprego e o nível de renda atuais registram que as famílias enxergam uma situação melhor que no ano anterior, embora o nível de consumo seja considerado pouco satisfatório e a compra de produtos duráveis, de maior valor agregado, fique em segundo plano.

Olhando para os próximos seis meses, em relação a perspectiva profissional e de consumo, as famílias registram um nível de confiança também abaixo do patamar ideal, segundo o estudo da Fecomércio-PE, com avaliação muito abaixo de 100 pontos, embora esses indicadores venham melhorando nos últimos meses.

"Sobre as condições para compras a prazo, considerando o cenário de elevação dos juros, seria esperado que as famílias observassem esse momento como de maior cautela no que diz respeito ao comprometimento da renda futura com os parcelamentos. Essa avaliação, entretanto, ainda pode mudar, visto que os preços ao consumidor ainda devem persistir em elevação no segundo trimestre", analisou Ademilson Saraiva.

ICF

O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculado pela Confederação Nacional do Comércio, é um indicador que acompanha as tendências no comportamento de compra pelas famílias no curto prazo, baseado em suas perspectivas sobre o mercado de trabalho, renda e acesso a crédito. Os índices são mensurados de acordo com a situação das famílias com relação ao ano anterior e as suas expectativas para os próximos seis meses, variando de 0 a 200 pontos, indicando: insatisfação, ou pessimismo, quando abaixo de 100 ponto; satisfação, ou otimismo, quando acima de 100 pontos e, portanto, de propensão ao aumento do consumo; indiferença quanto aos próximos meses quando no patamar de 100 pontos.

 

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