RENDA

Pobreza: Grande Recife tem 40% da população sobrevivendo com R$ 275 per capita

No Recife, a renda média dos mais pobres passou de R$ 155 no quarto trimestre de 2019 para R$ 91 no mesmo período de 2020, chegando aos R$ 104 no quarto trimestre de 2021

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Lucas Moraes

Publicado em 07/04/2022 às 22:51 | Atualizado em 07/04/2022 às 22:57
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O Grande Recife é uma das áreas metropolitanas do País com o maior percentual de pessoas vivendo com 1/4 de salário mínimo. Em números de 2021, divulgados nesta quinta-feira (7) pelo Boletim Desigualdade das Metrópoles, do Observatório das Metrópoles em parceria com a PUC do Rio Grande do Sul 9com dados da Pnad), a capital e seu entorno mantêm 39,8% de indivíduos sobrevivendo com R$ 275 per capita, valor que corresponde a 1/4 do salário mínimo vigente em 2021 (R$ 1.100).  

Em 2021, R$ 1.378 era a renda média dos brasileiros que vivem nas maiores cidades do País. Isso quer dizer que cerca de 40% da população (80 milhões de pessoas) estava vivendo com o pior rendimento médio dos últimos dez anos.

Na Região Metropolitana do Recife, a renda média passou a ser a terceira pior dentre as metrópoles brasileiras: R$ 831,66. No recorte dos mais pobres, é aqui onde a situação de vulnerabilidade mostra-se ainda pior. Já que o Grande Recife detém o título de metrópole onde os mais pobres têm o pior rendimento do País.

Segundo os dados levantados, a renda média per capita do trabalho dos 40% mais pobres, que estava em R$ 195 no quarto trimestre de 2020, subiu para R$ 239 no quarto trimestre de 2021. Ao mesmo tempo em que a renda dos 10% mais ricos caiu de R$ 6.917 em 2020 para R$ 6.424 em 2021 na média das metrópoles do País.

Mesmo com a recuperação dos mais pobres, o boletim aponta que essa parcela da população não conseguiu recuperar o patamar de renda do começo de 2020. Hoje, seus rendimentos médios ainda são 8,9% menores em relação ao patamar imediatamente anterior à pandemia.

>>> Recife é a metrópole do País onde os pobres são mais pobres

 

Embora as cidades do Nordeste, historicamente defasadas no quesito renda em relação às cidades das demais regiões, estejam majoritariamente encabeçando a lista, o Grande Recife é posto na pior situação, com rendimento médio de R$ 104, 46, atrás de metrópoles como João Pessoa (R$ 104,97), Salvador (R$ 127,64), Natal (R$ 128,39) e Teresina (R$ 141,65).

No Recife, a renda média dos mais pobres passou de R$ 155 no quarto trimestre de 2019 para R$ 91 no mesmo período de 2020, chegando aos R$ 104 no quarto trimestre de 2021. A renda dos 10% mais ricos ficou em R$ 4.155 no último trimestre do ano passado, enquanto os 50% intermediários apresentaram no mesmo período renda média de R$ 764.

Em todos os estratos, o dinheiro encolheu ao longo dos últimos três anos. Mas os mais pobres foram os que tiveram a maior queda quando comparado com o rendimento de 2019 e 2021: - 33%. Os mais ricos acompanharam uma redução de 22% na renda, enquanto a população na faixa intermediária, - 20%.

De 2019 a 2021, a razão entre os rendimentos foi de 51,7 no Grande Recife, denotando o avanço da desigualdade de renda e colocando a região atrás apenas de João Pessoa nesse quesito. Mesma posição ocupada quando levado em conta apenas o total de pessoas vivendo em domicílios com renda de ¼ do salário mínimo, já que o grande Recife manteve ao fim de 2021 a segunda maior taxa do País: 39,8%.

Lista da renda média per capita por metrópoles: 

  • Média nacional: R$ 1.378,35 (pior dos últimos 10 anos)
  • Distrito Federal R$ 2.022,91
  • Florianópolis R$ 1.895,68
  • São Paulo R$ 1.679,8
  • Curitiba R$ 1.559,84
  • Porto Alegre R$ 1.521,59
  • Belo Horizonte R$ 1.449,57
  • Rio de Janeiro R$ 1.444,19
  • Grande Vitória R$ 1.409,83
  • Goiânia R$ 1.347,89
  • Vale do Rio Cuiabá R$ 1.210,83
  • Aracaju R$ 1.125,22
  • Natal R$ 1.024,52
  • Belém R$ 1.018,83
  • Fortaleza R$ 1.002,23
  • Macapá R$ 996,11
  • Salvador R$ 951,12
  • Teresina R$ 936,6
  • Maceió R$ 903,83
  • João Pessoa R$ 884,96
  • Recife R$ 831,66
  • Manaus R$ 824,94
  • Grande São Luís R$ 739,93

Fonte: Boletim Desigualdade nas Metrópoles

 

 

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