Mercado automotivo

Abril registrou aumento nas vendas diárias de veículos mas acumulado do ano mostra retração de 23%

O bom desempenho no mês passado não foi suficiente para reverter a queda acumulada no número de emplacamentos de janeiro a abril deste ano

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Edilson Vieira

Publicado em 04/05/2022 às 14:53
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Com 270.560 unidades licenciadas, o mês de abril registrou alta de 14,5% no número de emplacamentos diários de veículos novos, na comparação com março, segundo dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Com isso, o setor fechou o mês próximo da estabilidade, em relação ao mês anterior (março), apenas com ligeira queda, de 1,1%. Já no comparativo com abril de 2021, houve retração de pouco mais de 6% e, no acumulado do ano, a queda registrada é de cerca de 7,2%.

“Temos notado uma recuperação gradativa nos emplacamentos. Apesar de ainda estarmos em retração, no acumulado do ano, notamos que, no fechamento do primeiro bimestre de 2022, o volume estava cerca de 13% menor se comparado a igual período de 2021. Agora, a retração caiu para pouco mais de 7%, o que sinaliza um movimento de retomada ”, afirma Andreta Jr., Presidente da Fenabrave.

OTIMISMO

Para o presidente da Fenabrave o resultado é positivo, levando em conta o momento global pós-pandemia e de conflitos internacionais. “A Ucrânia, que está em guerra com a Rússia, é um importante fornecedor de insumos para a indústria de semicondutores, o que agrava a crise de abastecimento global. Além disso, há problemas com preços de combustíveis no mundo inteiro. Dentro deste cenário, vemos com otimismo sinais de melhora no Setor”, diz.

Na avaliação por segmento, o mercado apresentou recuperação dos emplacamentos de automóveis, que registraram alta nos licenciamentos diários e no volume total, mesmo com três dias úteis a menos em abril, na comparação com março. “É o melhor resultado nos emplacamentos de automóveis no ano. Apesar de os volumes estarem em um patamar inferior ao do ano passado, pode significar uma reversão da tendência de queda registrada no primeiro trimestre”, diz Andreta Jr.

NEGATIVO

Para a Fenabrave, esse bom desempenho, no entanto, não foi suficiente para reverter a queda acumulada do quadrimestre, que chegou a quase 23%, como reflexo da combinação de uma conjuntura internacional, abalada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, e dos reflexos da economia brasileira, que se traduz em elevada inflação e aumento das taxas de juros para financiamentos.

Os emplacamentos de veículos eletrificados cresceram 15,3% sobre o mesmo mês do ano passado e já registram alta de 78,4% no acumulado do ano, somando 13.010 unidades no período. “Apesar de o volume ainda ser pequeno, isso mostra uma tendência de comportamento de mercado”, conclui o presidente da Fenabrave.

CAMINHÕES

Segundo a Fenabrave, o segmento segue aquecido e a retração no mês está mais relacionada com a diferença de dias úteis de abril em relação a março. “A demanda por caminhões continua. Tanto que, se analisarmos por vendas diárias, o segmento teve alta de 7,1% em abril”, diz. “Além disso, ainda persistem problemas de falta de peças e componentes”, finaliza Andreta Jr.

ÔNIBUS

Os emplacamentos de ônibus seguem em um ritmo de recuperação lento, mantendo alta no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2021. “Esse segmento está com resultados positivos no quadrimestre, em função do crescimento do volume de passageiros transportados, como reflexo do aumento de preço dos combustíveis. Vale ressaltar que as oscilações costumam ser mais altas por conta da base baixa de comparação, com os anos da pandemia”, explica Andreta Jr.

MOTOCICLETAS

As motos registraram o melhor desempenho de todo o setor no acumulado dos quatro primeiros meses do ano e a demanda continua alta. “Apesar do crédito mais restrito em 2022, com aprovação média de 30% das propostas, o segmento tem registrado excelentes resultados. Tanto que as vendas diárias foram ainda melhores em abril do que em março deste ano, sendo o melhor mês, em volume total, de emplacamentos de motocicletas em 2022”, diz Andreta Jr.

“Serviços de delivery, e-commerce e a alta do preço dos combustíveis tem atraído mais os consumidores para motos, cujo consumo é menor do que em automóveis, por exemplo”, complementa o presidente da Fenabrave.





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