Segurança alimentar

Inflação do sopão: menos frango e pouca cenoura na tradicional refeição oferecida a quem precisa

Com renda menor, doadores pessoa física diminuíram o tamanho das contribuições. Diante do cenário de menos recursos e inflação dos alimentos nas alturas, saída é preparar o sopão com o que tem

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 19/05/2022 às 21:49 | Atualizado em 19/05/2022 às 21:56
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Sopão Solidário distribui 300 pratos de sopa por mês para acompanhantes de pacientes de hospitais públicos de Pernambuco - FOTO: Divulgação
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A alta nos preços dos produtos alimentares está obrigando iniciativas de doação de alimentos a reduzir o número de refeições oferecidas e a improvisar no preparo. A ordem é se virar com o que tem e manter os projetos ativos. Esta é a realidade do Sopão Solidário, projeto criado há 5 anos, que começou oferecendo refeições a moradores de rua e hoje atende a acompanhantes de pacientes internados em hospitais públicos de Pernambuco. 

Fundador do Sopão Solidário, o vigilante e bombeiro civil, Joas Felipe de Oliveira, conta que antes da escalada nos preços dos alimentos, o sopão era distribuído com 400 pessoas. Atualmente o número foi reduzido a 300. "As pessoas foram perdendo a capacidade de doar. Tínhamos parceiros que nos entregavam 20 quilos de frango e hoje só nos entregam cinco quilos. Outro que doava cinco quilos de cenoura e reduziu para um. Até o número de voluntários passou de 150 para os atuais 108", compara. O malabarismo para fazer a sopa render é da esposa do fundador, Emanuele, que tem experiência na cozinha.   

Diante da situação, o sopão é preparado com o que tem. Se antes eram utilizados 20 quilos de frango, agora são 15 quilos. A cenoura também escasseou diante da alta do preço no mercado. Além do Sopão, o grupo também doa kits de higiene. "Uma vez estivemos no Hospital da Restauração e a acompanhante de um dos pacientes nos relatou que estava há cinco dias sem tomar banho nem trocar de roupa. Conseguimos material de higiene pra ela, que ficou muito grata. São pessoas que vêm do interior, em sua maioria, e estão com poucos recursos", destaca. 

Aniversário sem bolo e com sopa

A história do Sopão Solidário começou em 2017, quando Joás confidenciou a um grupo de amigos que não queria fazer festa de aniversário naquele ano. Seu desejo era fazer um sopão para distribuir. Criaram um grupo para doação e a história persistiu até hoje. "Na semana de distribuir o sopão a gente só tinha R$ 300, mas Deus ajudou e fomos angariando mais doações até chegar a R$ 1,2 mil. Com esse valor conseguimos fazer a sopa', recorda Joas.

A doação da sopa aontece mensalmente, em parceria com a Igreja Exército da Salvação, no bairro do Bongi. A Igreja cedeu o espaço para a preparação do sopão, que começa na sexta à noite e é conluída no sábado. O grupo decide os hospitais que vai visitar.

Neste sábado (21), o sopão será oferecido a acompanhantes de pacientes do Procape, Agamenon Magalhães e Getúlio Vargas. Durante a ação, além da sopa são distribuídos pães, garrafas de água mineral, café, leite, suco e kits de material de higiene pessoal.

PARA DOAR 

Pelo Instagram do projeto @sopaosolidario, por meio do whatsapp na rede social

 

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