SÃO JOÃO DE CARUARU 2022: número de empregos temporários deverá crescer até 50% na capital do Agreste
Um dos fatores para o crescimento no número de postos de trabalho é o retorno da festa depois de dois anos de adiamento, por conta da pandemia
Os festejos juninos de Caruaru, no Agreste pernambucano, não são aguardados apenas pelos forrozeiros de plantão. O São João de Caruaru 2022 também é esperado ansiosamente por todos aqueles que fazem a economia rodar nesta época. E, em 2022, quando a cidade voltará a vivenciar a festa mais popular do Nordeste, após dois anos de suspensão devido à pandemia da covid-19, a estimativa quanto a movimentação econômica contabilizada nos setores locais está girando na casa dos R$ 250 milhões a R$ 300 milhões.
Desde que ele foi confirmado oficialmente, segmentos tradicionais como serviços, comércio e a indústria vêm sentindo os efeitos positivos do evento, que começa neste sábado (4) e segue até o dia 2 de julho. Um reflexo desse impulsionamento provocado pela festa se refere à criação de postos de trabalho temporários no período. Algo que não era percebido, nesta época, na cidade, desde 2019, quando Caruaru festejou o seu último São João antes da chegada do novo coronavírus.
TRABALHO
De acordo com o levantamento da Agência Regional do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE), neste São João, a tendência é de que haja um acréscimo no quantitativo de empregos temporários contabilizados na ordem dos 30% a 50% em comparação com o mesmo período de 2019, quando foram registrados 1.967 postos do tipo no mercado formal da capital do Agreste. A agência aponta como um dos principais fatores para o crescimento no número de oportunidades, o retorno em si da festa, com grandes expectativas geradas e acumuladas por parte das empresas contratantes e da população em geral.
Tradicionalmente, o período junino é o segundo melhor do ano em termos de contratações temporárias perdendo apenas para o Natal e réveillon. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Economia Criativa de Caruaru (Sedetec), André Teixeira Filho, os ganhos obtidos pela cidade não se limitam apenas durante a realização da festa. “Eles acabam se estendendo para o segundo semestre dando a possibilidade da nossa economia obter resultados mais expressivos não só em termos de faturamento, mas também em relação à criação de empregos. Estamos bastante otimistas quanto às projeções para este ano", afirmou o secretário.
COMÉRCIO
Comerciantes da cidade já mostram um discurso afinado quanto aos benefícios econômicos gerados pela realização do festejo considerado "o maior e melhor do mundo". “Para se ter ideia, tivemos de contratar mais 10 pessoas para darmos conta do movimento que já vem se intensificando nas últimas semanas. Com a chegada dos festejos, a tendência agora é de vendas redobradas e quem se destacar no período passará de temporário para efetivo”, disse a gerente de loja, Eva Morais.
No setor de serviços, a demanda crescente também vem provocando a assimilação de mais mão de obra. Com o número de reservas beirando já os 100%, os hotéis da capital do Forró vêm criando várias oportunidades de emprego beneficiando trabalhadores como Paulo Silva, que estava desempregado havia 10 meses. “Depois de tanto tempo de aperto, graças a Deus e ao São João, consegui essa vaga de recepcionista e estou me esforçando muito para continuar no emprego após o período de festa”, comentou.
INDÚSTRIA
Na indústria, conforme destacou o diretor regional da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), João Bezerra, não só o setor têxtil, mas também demais segmentos se encontram com as operações em alta com a realização do São João. “Sabemos que o setor têxtil confeccionista é muito pujante na cidade e observamos uma sensível melhora em relação à demanda por vestuários. Entretanto, vale ressaltar que os segmentos de alimentos e de bebidas também se encontram impactados positivamente com absorção de mais mão de obra”.