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Sair do Brasil para viver e empreender nos Estados Unidos legalmente é possível. Veja como

A possibilidade de montar o próprio negócio nos Estados Unidos têm atraído investimentos de empreendedores brasileiros dispostos a fixar residência nos Estados Unidos

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 14/06/2022 às 15:34
ANGELA WEISS / AFP
OPORTUNIDADE País abriga agências não-governamentais e associações que estimulam novos negócios - FOTO: ANGELA WEISS / AFP
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Cada vez mais empresários e empreendedores brasileiros estão fazendo as malas para dar começar uma nova vida nos Estados Unidos. De acordo com dados da agência americana de incentivo a novos negócios (USAID) mais de 1.400 companhias e startups foram fundadas ou adquiridas por brasileiros desde 2016, quando houve uma mudança na lei durante o governo de Barack Obama, facilitando o acesso às permissões de trabalho para empreendedores estrangeiros.

De pequenas lojas, franquia de restaurantes, escritórios imobiliários e até filiais de multinacionais, a presença dos empresários do Brasil nos Estados Unidos tem a ver com a cultura americana de valorizar o empreendedorismo.

O êxodo de empreendedores brasileiros para a América não chega a ser uma novidade, mas impressiona pelos números atuais. Segundo Câmara Americana de Comércio (American Chamber), somente na Flórida, estado americano com a maior quantidade de imigrantes do Brasil, foram registradas novas patentes para mais de 800 produtos e empresas brasileiras desde 2020. A variedade de negócios é grande. Academias de artes marciais, salões de beleza, bares especializados em culinária brasileira e comércio de roupas estão entre os negócios mais frequentes e, quase sempre, mais rentáveis.

EMPREENDEDORES PODEM CONQUISTAR O GREEN CARD

Para Marcelo Gondim, advogado de imigração que há mais de 20 anos atende clientes brasileiros em processos de green card, o governo americano oferece incentivos para atrair empreendedores brasileiros, o maior deles é o green card, que concede direito a residência legal nos Estados Unidos. "Somente neste ano fiscal, o Serviço de Imigração e Cidadania dos Estados Unidos [USCIS, na sigla em inglês] disponibilizou 300 mil vistos de imigrantes e categorias específicas de green card para estrangeiros qualificados por suas carreiras, emprego ou que desejam investir e levar seus negócios para o país” observou Marcelo Gondim, que mantém escritório na cidade de Los Angeles, Califórnia.

Ainda de acordo com o advogado, “o mais importante para o empresário interessado nos Estados Unidos é desenvolver um bom plano de negócios, que crie empregos e seja benéfico para o mercado de trabalho e economia americana, justificando assim porque a Imigração poderia lhe conceder um green card”, diz o advogado.

O processo para ser aceito como empreendedor, ou profissional de carreira, nos Estados Unidos é lento e demanda um investimento considerável. "Desde a elaboração de um Business Plan consistente, até a entrada no pedido de aceitação do governo americano (através do USCIS) e liberação do visto de entrada nos Estados Unidos por parte da Embaixada americana no Brasil, pode levar de 1 a 2 anos para a conclusão de todo o processo. O custo total, incluindo consultoria, elaboração de Business Plan e taxas do governo americano, fica em torno de U$12.500 [cerca de R$ 64 mil]", afirma Gondin.

CONDIÇÕES

Dependendo da área onde a sede da empresa for estabelecida, podem ser concedidas isenções de impostos estaduais e até federais. Segundo Marcelo Gondim, os Estados Unidos também abrigam diversas agências não-governamentais e associações de comércio que estimulam novos negócios, concedendo empréstimos e, dependendo do caso, fornecendo incentivo financeiro e parcerias diretas. "o governo americano valoriza um bom currículo. Títulos acadêmicos como mestrado e doutorado são bem vistos. Larga experiência profissional no setor que quer empreender, também", esclarece Gondim.


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