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Intenção de consumo das famílias pernambucanas ficou estagnada em julho, diz Fecomércio

Compras a prazo são o principal motivador de manutenção do consumo

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Edilson Vieira

Publicado em 03/08/2022 às 18:40
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O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculado pela Confederação Nacional do Comércio, é um indicador que acompanha as tendências no comportamento de compra pelas famílias no curto prazo, baseado em suas perspectivas sobre o mercado de trabalho, renda e acesso a crédito.

Os índices são mensurados de acordo com a situação das famílias com relação ao ano anterior e as suas expectativas para os próximos seis meses, variando de 0 a 200 pontos, indicando: insatisfação, ou pessimismo, quando abaixo de 100 pontos; satisfação, ou otimismo, quando igual ou acima de 100 pontos e, portanto, propensão ao aumento do consumo.

Incertezas para o restante do ano afetam o consumo

Segundo recorte local feito pela Fecomércio-PE, em julho o índice de Intenção de Consumo das Famílias pernambucanas (ICF-PE) continuou avançando na comparação anual, mas ficou estagnado na comparação com o mês anterior. O índice permaneceu em 82,4 pontos, demonstrando que o ímpeto de consumo tende a se estagnar diante das incertezas para o segundo semestre de 2022.

Segundo Ademilson Saraiva, assessor econômico da Fecomércio-PE, nos últimos 10 meses, desde setembro de 2021, o indicador melhorou gradualmente, mas ainda se mantendo abaixo do nível considerado de confiança para o consumo. Esse aspecto vem repercutindo nos resultados do varejo do estado, segundo aponta a Pesquisa Mensal do Comércio realizada pelo IBGE, confirmando que as famílias têm segurado o ímpeto de consumo.

Na comparação com julho do ano anterior, quando ficou em 66,3 pontos, o ICF-PE avançou 24,3%. Nesta base de comparação, o desempenho positivo foi seguido em todos os componentes do ICF, destacando-se, assim como ocorrido em junho, a percepção sobre o “nível de consumo atual” e para a “perspectiva de consumo”, que registraram mais uma vez variação acima de 30%.

Segundo a análise, essa percepção positiva quanto ao “nível de consumo atual” e à “perspectiva de consumo” se aplica apenas quando as famílias observam a situação de julho em relação ao mesmo período de 2021, quando a pandemia impactava mais fortemente o mercado de trabalho. Na comparação com mês imediatamente anterior os mesmos componentes registraram as maiores quedas (-1,7% e -3,1%, respectivamente).

Otimismo em relação ao emprego

Na comparação com o mês imediatamente anterior, ou seja, com junho do ano atual, a maioria dos componentes ficou estável ou apresentou queda. A exceção foi apenas para a avaliação sobre o ‘emprego atual’, que registrou variação positiva de 2,7%, saindo de 96,7 para 99,3 pontos, ou seja, próximo do patamar de satisfação ou otimismo, que é de 100 pontos.

Atualmente, apenas a avaliação sobre ‘compra a prazo’ se encontra no patamar de 100 pontos ou mais, indicando a propensão das famílias para realizar gastos com utilização de recursos de crédito livre, como o cartão de crédito, de modo conseguir manter o nível de consumo. Fato esse que é preocupante, diante do avanço dos juros, que podem comprometer ainda mais a renda futura quando a família não consegue cumprir com os prazos de pagamento.

Essa hipótese é confirmada pela trajetória observada no componente que avalia a ‘perspectiva de consumo’, cujo índice registrou o quarto mês consecutivo em queda, de 71,6 em março pontos para 62,1 pontos em julho.

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