Livro revela como a mudança climática impacta populações vulneráveis no País. Título será lançado nesta terça (9) no Recife
Livro reúne conceitos, pesquisa histórica, entrevistas e ensaios, que mostram como fatores ambientais e climáticos reforçam desigualdades já existentes
Nesta terça-feira (9), o Observatório do Clima lança o livro Quem precisa de justiça climática no Brasil?. A apresentação da publicação faz parte da programação da Conferência Brasileira de Mudança do Clima, no Recife. O título foi o ponto de partida para um trabalho a várias mãos, ao longo de um ano e meio, que traz conceitos, retrospectiva de eventos climáticos extremos no país e, em destaque, 16 entrevistas com lideranças indígenas, quilombolas de comunidades pesqueiras, periféricas e rurais, além de especialistas que lidam com o tema.
O ponto central da publicação é a fala das pessoas que defendem seus territórios, em diversas regiões do Brasil e em diferentes contextos. Elas moram em periferias urbanas de Pernambuco e do Distrito Federal, em aldeias de Rondônia ou Santa Catarina, coletam castanhas no Amazonas e em Mato Grosso ou vivem em quilombos da Bahia e de Goiás.
A maioria das entrevistas foi realizada com lideranças mulheres e especialistas na defesa do meio ambiente, que contam sobre suas vivências e perspectivas quanto às transformações da natureza e como se organizam coletivamente. O alerta — que surge para além dos espaços acadêmicos ou institucionais — é de como fatores ambientais e climáticos reforçam desigualdades já existentes e exacerbam a marginalização.
Completam a publicação seis ensaios e um breve tributo a algumas ativistas climáticas. O prefácio ficou a cargo da ex-ministra Marina Silva, que abre as reflexões lembrando o quanto o modo de vida humano gera desorganização no sistema natural que dá suporte à vida na Terra. “Em geral são os que menos causam impacto ambiental, os que menos consomem os recursos naturais do planeta, mas é sobre quem recai o maior sofrimento pelas mudanças climáticas já em andamento”, assinala Marina.
O lançamento ocorrerá às 12h10, na sala Pajeú, do Cais do Sertão, em Recife, onde acontece a Conferência Brasileira de Mudança do Clima (www.climabrasil.org.br/). A partir de 10h30, haverá uma mesa de debates. O arquivo eletrônico da publicação está disponível aqui.
Programação
10h30 Mesa Gênero e Mudanças Climáticas a partir dos territórios: vozes de Recife
Abertura: Sarah Marques — Caranguejo Tabaiares Resiste (mediadora)
Convidadas:
Elisângela Silva — coordenadora do MTST-PE
Joice Paixão — coordenadora da Associação Gris Espaço Solidário
Tamires Rodrigues — representante do coletivo Eco Mangue
Joelma Andrade — coordenadora do Centro Comunitário Mario Andrade
Gabriela Pankararu — coordenadora de Juventude Indígena do Nordeste, ES e MG
11h40 Abertura para debate
12h Encerramento da Mesa
12h10 Lançamento do livro Quem precisa de Justiça Climática no Brasil?
Abertura com vídeo — depoimento de co-autores
12h20 Fala inicial de Joci Aguiar — Rede GTA/Grupo de Trabalho de Gênero e Clima do Observatório do Clima
Convidadas:
Sylvia Siqueira — jornalista, educadora e defensora dos direitos humanos
Xica da Silva — ativista da economia solidária e no enfrentamento à violência contra a mulher
12h45 Abertura para debate
13h Encerramento da Mesa com Sarah Marques
Sobre o Observatório do Clima - Fundado em 2002, é a principal rede da sociedade civil brasileira sobre a agenda climática, com mais de 70 organizações integrantes, entre ONGs ambientalistas, institutos de pesquisa e movimentos sociais. Seu objetivo é ajudar a construir um Brasil descarbonizado, igualitário, próspero e sustentável, na luta contra a crise climática. Desde 2013 o OC publica o SEEG, a estimativa anual das emissões de gases de efeito estufa do Brasil.