Loiceiros de Pernambuco é o tema da 23ª Fenearte, que acontece de 5 a 16 de julho no Centro de Convenções
Em 2022, a feira mivimentou R$ 40 milhões em negócios e recebeu um púbico superior a 300 mil pessoas. No ano passado, a Fenearte homenageou o movimento Movimento Manguebeat
A Fenearte vai homenagear os "Loiceiros de Pernambuco" na sua 23ª edição, que acontece de 5 a 16 de julho, no Centro de Convenções, em Olinda. O tema foi escolhido como um resgate histórico às origens da arte do barro, que é tão tradicional e um dos símbolos do patrimônio cultural do nosso estado: a ancestralidade do artesanato que vem da terra, da pulsão criativa de moldar a matéria-prima e transformá-la em arte utilitária, iniciada ainda com os povos originários.
O fazer manual das loiças, que surgiu antes mesmo da arte figurativa, envolve, desde então, tantas pessoas que se reconheceram artesãs, artesãos, mestras e mestres da arte popular. Em Pernambuco, um fazer passado de mãos em mãos, de avós para pai e mãe, de geração em geração. Como a arte de Vitalino e Maria Amélia, ambos filhos de loiceiros e que transmitiram seus saberes aos seus descendentes.
A importância desse resgate já havia sido defendida por importantes nomes ligados à arte brasileira, como a arquiteta, designer e curadora Janete Costa, que dá nome à Alameda dos Mestres, considerado o abre-alas da Fenearte.
“Reconhecer o valor da arte popular é criar laços, chamando cada brasileiro a olhar pra si mesmo e reconhecer-se como parte do povo. Apresentar a criação popular ao olhar do estrangeiro é convidá-lo a reconhecer-se em um outro, diferente e, no entanto, igual a si mesmo. Esse é o grande diálogo. Só nos reconhecendo numa arte que nos identifica podemos reconhecer na arte de outro uma expressão de nossa humanidade comum. Este é o elemento universal da arte: nos mostrar as pontes e caminhos para um mundo de paz”.
A FEIRA
A Fenearte é um dos eventos mais aguardados do calendário anual de Pernambuco e também de todo o Brasil. Consolidada como a maior feira de artesanato da América Latina, ela representa não só a força do artesanato como vetor econômico, mas a preservação das manifestações culturais do Estado.
Em 2019, a Feira Nacional de Negócios do Artesanato foi a grande vencedora da 32º edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, na categoria Iniciativas de Execução no Campo do Patrimônio Cultural Imaterial. A premiação é promovida pelo Governo Federal e reconhece ações de excelência para preservação e promoção do Patrimônio Cultural Brasileiro.
REALIZAÇÃO
A Fenearte é uma realização do Governo do Estado, por meio da Diretoria-Geral de Promoção da Economia Criativa, da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDEC).
Na sua 22ª edição, em 2022, o evento, que homenageou os 30 anos do Movimento Manguebeat, recebeu público superior a 300 mil pessoas e movimentou mais de R$ 40 milhões, com a participação de 5 mil expositores distribuídos em 700 espaços, em uma área de 30 mil m². Com investimento de R$ 7 milhões, o evento gerou cerca de 2,5 mil postos de trabalho temporários.