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Haddad quer abertura da "caixa-preta" das renúncias fiscais; entenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que é preciso "abrir a caixa-preta" das renúncias fiscais e discutir com a sociedade para onde estão indo os recursos públicos do Brasil

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Marcus Vinícius

Publicado em 27/04/2023 às 18:00 | Atualizado em 27/04/2023 às 23:33
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Com Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou, nesta quinta-feira (27), no plenário do Senado Federal, da sessão de debates sobre juros, inflação e crescimento econômico, requerida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Segundo Haddad, o sistema tributário brasileiro é responsável por grande parte da ineficiência da economia.

"Não temos ganhos de produtividade, porque os mais eficientes produtores nem sempre conseguem resistir à concorrência desleal, e você vai perdendo competitividade, você vai expulsando do mercado quem melhor produz, com mais eficiência, com compromisso social, com cumprimento das suas obrigações. Então, a reforma tributária também não é uma questão lateral", disse.

HADDAD QUER ABRIR AS "CAIXAS-PRETAS" DAS RENÚNCIAS FISCAIS

Para o ministro, é preciso "abrir as caixas-pretas" das renúncias fiscais e discutir com a sociedade para onde estão indo os recursos públicos do Brasil.

Segundo ele, a reforma tributária é medida necessária para aumentar a arrecadação e contribuir para a redução do déficit das contas públicas, sem prejudicar a prestação de serviços públicos aos cidadãos.

"Nós estamos falando de quase R$ 500 bilhões explícitos na peça orçamentária de renúncia fiscal e outros R$ 100 bilhões que não estão na lei orçamentária porque são tributos, que sequer são considerados para fins fiscais em virtude da frouxidão da nossa legislação com práticas absolutamente inadequadas e inaceitáveis no mundo desenvolvido", disse.

"Então, há que se falar em corte de gastos? Na nossa opinião, sim, sobretudo o gasto tributário", completou.

Segundo Haddad, em virtude do processo eleitoral, o governo Bolsonaro promoveu, em 2022, um gasto de R$ 300 milhões, entre renúncia de receitas e aumento de despesas.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição garantiu recursos para a continuidade dos programas sociais, e um novo arcabouço fiscal foi enviado ao Congresso, para substituir o teto de gastos.

Para Haddad, a nova regra é considerada mais saudável do ponto de vista da rigidez das contas públicas, "mas dando condições para os investidores estrangeiros e nacionais acreditarem no enorme potencial da economia brasileira, que está simplesmente há 10 anos com crescimento muito aquém de seu potencial efetivo."

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DESIGUALDADES SOCIAIS

Durante o debate, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, falou sobre a importância de combater a desigualdade, já que o Brasil está entre os dez países que mais sofrem com a desigualdade no mundo.

Segundo Simone, é necessário ter racionalidade econômica para lidar com a desigualdade, permitindo assim, maior crescimento e produtividade. "O Brasil tem crescido muito pouco nas últimas décadas, menos de 1% em média nas últimas três décadas, algo de muito errado", disse.

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