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Desigualdade social no Brasil tem o menor nível em 11 anos

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2022 - Rendimento de todas as fontes, divulgada ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

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Publicado em 11/05/2023 às 22:28
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Na passagem de 2021 para 2022, o índice de Gini caiu em todas as regiões brasileiras - FOTO: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM

Um aumento da renda dos mais pobres em 2022 reduziu a desigualdade no País. O índice de Gini do rendimento médio domiciliar per capita - indicador que mede a desigualdade de renda, numa escala de 0 a 1, em que, quanto mais perto de 1 o resultado, maior é a concentração de riqueza - recuou de 0,544 em 2021 para 0,518 em 2022, menor resultado da série histórica iniciada em 2012.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2022 - Rendimento de todas as fontes, divulgada ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na passagem de 2021 para 2022, o índice de Gini caiu em todas as regiões brasileiras, o que mostra um alívio na desigualdade disseminado pelo País, embora permaneça elevada. "A desigualdade, por mais que você tenha tido uma melhora, ela é muito estrutural.

Você tem um componente muito grande da desigualdade no País", disse Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

A renda média real domiciliar per capita da metade mais pobre da população brasileira subiu 18% em 2022 ante 2021, para R$ 537 mensais. Ou seja, apesar da melhora, cerca de 107,077 milhões de brasileiros sobreviveram com apenas R$ 17,90 por dia no ano passado.

Se considerados os 5% mais pobres no País, havia 10,7 milhões de pessoas que contavam com somente R$ 2,90 por dia em 2022, ou R$ 87 por mês por pessoa da família. Apesar de baixo, o resultado significou um salto de 102,3% em relação a 2021.

Transferência de renda

Segundo Alessandra Brito, analista do IBGE, as políticas de transferência de renda para mitigar a crise causada pela covid-19 deram um alívio à população mais vulnerável em 2020. No entanto, em 2021, com o enxugamento do Auxílio Emergencial, a renda per capita desceu ao pior resultado da série histórica iniciada em 2012.

Em meio à corrida eleitoral à Presidência em 2022, a mudança do programa Bolsa Família para Auxílio Brasil, com valor maior e ampliação no número de beneficiários, ajudou a turbinar a renda da população mais pobre.

"A gente tem de lembrar que ano passado foi um ano eleitoral. O mercado de trabalho para ele se recuperar é uma coisa mais orgânica, tem a ver com o movimento da economia como um todo. Para aumentar o valor de um programa social, você pode fazer isso com um projeto de lei, ou com uma medida provisória", afirmou Alessandra. "Mas você ainda tem o mercado de trabalho contribuindo com mais de 70% da renda do domicílio."

Renda

O rendimento médio mensal real domiciliar per capita cresceu de R$ 1.555 em 2012 para R$ 1.668 em 2019, quando atingiu o maior valor histórico. Com a pandemia de covid-19, o rendimento domiciliar per capita caiu 4,3% em 2020, seguido por um tombo de 7,0% em 2021, quando foi estimado em R$ 1.484, o piso da série histórica. Em 2022, a renda média domiciliar per capita voltou a crescer, 6,9%, para R$ 1.586.

Transferência e emprego rendem R$ 24 bilhões

A massa de rendimento mensal real domiciliar per capita - soma de toda a remuneração das famílias, do trabalho, de fontes formais e informais, incluindo apoios pagos pelo governo, como bolsas e aposentadoria - totalizou R$ 339,581 bilhões em 2022, R$ 9,698 bilhões a menos do que os R$ 349,279 bilhões registrados em 2019, mostram os dados da Pnad Contínua 2022. No entanto, houve um avanço de 7,7% em relação aos R$ 315,407 bilhões registrados em 2021, uma injeção de recursos de R$ 24,174 bilhões em apenas um ano.

Todas as grandes regiões apresentaram aumento na massa de rendimento domiciliar per capita em 2022 em relação a 2021, com destaque para o Norte, onde a massa subiu 18%. A Região Sudeste deteve mais da metade da massa de rendimento do País, R$ 170,5 bilhões (50,2% do total); o Sul, R$ 58,9 bilhões; o Nordeste, R$ 58,4 bilhões; o Norte, R$ 20,6 bilhões; e o Centro-Oeste, R$ 31,1 bilhões.

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