A fraude na Americanas envolveria pelo menos 30 pessoas, segundo o presidente da companhia, Leonardo Coelho Pereira. Todos estão em processo de demissão, que deveria ter sido concluído na quarta-feira, disse o executivo a deputados que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara.
Coelho apresentou aos parlamentares parte das informações de relatório de um comitê independente que apura o desfalque internamente.
Os documentos, disse Pereira, indicariam participação da antiga diretoria da companhia na fraude, que teria causado um rombo de R$ 42 bilhões. De acordo com o comitê, o ex-presidente da companhia Miguel Gutierrez e mais seis ex-diretores teriam liderado a fraude.
O comitê ainda não analisou todos os documentos disponíveis, tampouco o conteúdo da provável defesa dos que estão sendo acusados de fraude.
O caso Americanas tem sido marcado por uma guerra retórica, com interesses diversos dos acionistas de referência da varejista, da companhia e dos bancos credores, em meio a uma série de litígios ainda em aberto na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que foi informada em fato relevante sobre as descobertas do comitê, e Ministério Público, entre outros órgãos.
RESPOSTA
A defesa de José Timotheo de Barros, um dos ex-diretores da Americanas, disse por meio de nota que "o fato relevante informado ao mercado" contém "inverdades e faz acusações que precisarão ser provadas".
"No mesmo dia, baseado em documento elaborado de modo parcial para perturbar as apurações, trechos do que seria parte de relatório da investigação feita pelos advogados da empresa (não pelo comitê independente) foram mostrados de maneira leviana em comissão do Congresso Nacional, apresentando meras opiniões de suspeitas como verdades", diz a nota.