Fenearte 2023: Raquel Lyra abre primeira Fenearte de sua gestão; feira espera receber mais de 300 mil visitantes

A 23ª edição da Fenearte, que tem como tema Loiceros de Pernambuco - Arte da Terra, Poesia das Mãos, foi oficialmente iniciada nesta quarta-feira (5), no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, Grande Recife. A feira, considerada a maior de artesanato da América Latina, segue até o dia 16 de julho e são esperados 300 mil visitantes.

Com mais de cinco mil expositores e investimento de R$ 8 milhões, a expectativa é de movimentar mais de R$ 40 milhões, seguindo a tendência dos anos anteriores. A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), prestigiou a abertura do evento acompanhada da vice-governadora, Priscila Krause (Cidadania). 

“A 23ª Fenearte fala dos loiceiros de Pernambuco, que são o início da criação da arte figurativa do barro. Os grandes artesãos do nosso Estado, como o Mestre Vitalino, tiveram pais que vendiam na feira a loiça feita em Pernambuco”, afirmou.

Ao falar sobre o redesenho da feira de artesanato, idealizada para transbordar o espaço do Cecon-PE, Raquel Lyra explicou que nesse período o Governo do Estado vai realizar um estudo da cadeia produtiva do artesanato pernambucano.

“Queremos fazer um trabalho de economia criativa, gerando emprego e renda de maneira sustentável, para quem vive da arte do nosso Estado”. declarou Raquel Lyra.

“Fazer com que aqueles que fazem a cultura e o artesanato, em Pernambuco, não viva só de eventos. Essa é uma diretriz nossa e nenhuma secretaria está trabalhando sozinha”, explicou a governadora, destacando também que esse será um trabalho integrado das secretarias de Desenvolvimento Econômico, Cultura, Educação, Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo, junto com a Adepe.

Neste ano, o evento empreenderá ações inéditas. A principal delas é o Circuito Fenearte, uma programação que ultrapassa o Centro de Convenções de Pernambuco, com atividades acontecendo paralelamente em cerca de 50 espaços culturais e restaurantes do Recife e de Olinda. Entre elas, a ART-PE, que adiantou a sua segunda edição e vai acontecer emparelhada à feira de artesanato, sendo realizada de 11 a 15 de julho.

“A ideia é que a gente consiga não só aumentar a taxa de ocupação dos hotéis, a permanência de quem vem visitar o Estado. A permanência média era de 2,5 dias em Recife e Olinda até hoje. Agora, estamos projetando nesse fim de semana próximo, mais de 70% de ocupação e uma permanência média de seis dias”, afirmou o secretário de Turismo e Lazer, Daniel Coelho, que também participou da abertura da feira.

EXPOSIÇÃO

A abertura da 23ª edição da Fenearte foi bem movimentada, gerando boas expectativas para os artesãos participantes. Como é o caso da Mestra Leu Mota, do município de Altinho, e que esta participando pela primeira vez da feira, representando também as mestras Fofa e Zizi. 

"Desde os meus 12 anos que trabalho com o barro. Um ofício que foi passado de geração em geração, através da minha avó e da minha mãe. É uma pena que está ficando em mim, porque meus filhos não quiseram aprender", comentou Leu. 

Há mais de 40 anos produzindo e comercializando loiça, a artesã disse que sua expectativa com esses dias de exposição "está a mil". "Não esperava tanta coisa, mas estou feliz por estar aqui pela primeira vez. Trouxe em média umas 30 peças, porque não tivemos muito tempo, mas se Deus quiser vamos sair daqui sem nenhuma", afirmou. 

Quem também pretende sair sem trazer nenhuma peça de volta para casa, é o Mestre Marcos de Sertânia. Ele participa da Fenearte desde a primeira edição e trouxe mais de duas mil esculturas trabalhadas em madeira e inspiradas na obra literária Vidas Secas de Graciliano Ramos. Elas custam em média de R$ 350 a R$ 20 mil. "Espero conseguir vender tudo amanhã", disse. 

"Faz 36 anos que realizo este trabalho, aprendi com meu avô e com meus tios. Consegui juntar e formar uns 20 artesãos que hoje trabalham comigo. A gente tenta transformar nossa realidade, então as peças retratam o Sertão e a vivência do sertanejo e dos retirantes", explicou o mestre Marcos.

Assim como nas edições anteriores, a 23ª Fenearte contabiliza mais de 30 setores. No maior, dedicado a artesãos pernambucanos, são 305 estandes. Outros 68 expositores pernambucanos vão ocupar o estande do Sebrae-PE. Também participam os Sebraes do Amazonas, Ceará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Espírito Santa. A feira tem estandes de oito etnias indígenas, 73 municípios pernambucanos, 40 associações, todos os estados brasileiros e 27 países 

"Depois dessa belíssima abertura com muito movimento do público, os artesãos já vendendo e muito animados com estes 12 dias que estão pela frente, devemos superar a expectativa de 300 mil visitantes e os R$ 40 milhões em geração de negócios", celebrou Camila Bandeira, que está à frente da Diretoria-Geral de Promoção da Economia Criativa da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (Adepe).

A médica Ana Clara, de 58 anos, disse que foi a primeira vez que ela conseguiu vir a feira no dia da abertura e achou muito interessante a parte das cerâmicas. "Todos os anos venho para a Fenearte, geralmente duas ou três vezes. Venho sempre sem expectativa e procurando o que eu gosto. Faço coleção de Espírito Santo e sempre que vejo algo diferente, já compro para não correr o risco de não achar mais", afirmou.

INGRESSOS PARA A FENEARTE 2023, HORÁRIO E COMO CHEGAR

De segunda a sexta-feira, a Fenearte funciona das 14h às 22h; enquanto no sábado e domingo o horário é estendido das 10h às 22h. De segunda a quinta-feira, os ingressos custam R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia). Já sexta, sábado e domingo; o valor é R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia). 

A feira oferece traslado gratuito a partir do RioMar Recife e Tacaruna. De segunda a sexta, o horário de circulação dos micro-ônibus é das 13h às 23h e nos sábados e domingos, das 9h às 23h. 

No Shopping Tacaruna, o serviço de micro-ônibus gratuito está disponível a cada 15 minutos, indo e retornando do Cecon. No RioMar, os intervalos entre um micro-ônibus e outro é de 30 minutos.