DINHEIRO

Parcela do cartão de crédito: bancos se posicionam sobre fim do parcelamento

O posicionamento da entidade que representa os bancos no País vem após uma série de especulações sobre ações que poderão ser adotadas junto ao governo federal

Lucas Moraes
Cadastrado por
Lucas Moraes
Publicado em 14/08/2023 às 18:12 | Atualizado em 14/08/2023 às 18:54
MARCOS SANTOS/USP IMAGENS
Segundo o presidente da Febraban, um estudo sobre o mercado de cartões de crédito e o impacto para a economia foi apresentado ao ministro da Fazenda - FOTO: MARCOS SANTOS/USP IMAGENS

A Febraban afirmou, nesta segunda-feira (14) que "não há qualquer pretensão de se acabar com as compras parceladas no cartão de crédito". A entidade alegou participar de grupos multidisciplinares que analisam as causas dos juros praticados e alternativas para um redesenho do rotativo, de um lado, e, de outro, o aprimoramento do mecanismo de parcelamento de compras.

O posicionamento da entidade que representa os bancos no País vem após uma série de especulações sobre ações que poderão ser adotadas junto ao governo federal para tentar reduzir a cobrança de juros à população e, consequentemente, reduzir o endividamento, estimulando o consumo.

A Febraban diz que nenhum dos modelos em discussão pressupõe uma ruptura do produto e de como ele se financia.

"Defendemos que o cartão de crédito deve ser mantido como relevante instrumento para o consumo, preservando a saúde financeira das famílias. Isso porque estudos indicam a necessidade de medidas de reequilíbrio do custo e do risco de crédito", garantiu. 

Ainda segundo a Febraban, é necessário debater a "grande distorção que só no Brasil existe, em que 75% das carteiras dos emissores e 50% das compras são feitas com parcelado sem juros".

Os estudos da Febraban mostram, ainda, que o prazo de financiamento impacta diretamente no custo de capital e no risco de crédito, e a inadimplência das compras parceladas em longo prazo é bem maior do que na modalidade à vista, cerca de duas vezes na média da carteira e três vezes para o público de baixa renda.

"A Febraban continuará perseguindo uma solução construtiva que passe por uma transição gradual, para que se alcance a convergência que, ao mesmo tempo, beneficie os consumidores e garanta a viabilidade do produto para os elos que atuam na indústria do cartão de crédito, como bandeiras, bancos emissores, adquirentes (maquininhas), lojistas e consumidores".

MUDANÇAS NO PARCELAMENTO

O estudo da Febraban mostrou que a eliminação do parcelamento sem juros no cartão de crédito, definido pela entidade como “uma jabuticaba brasileira”, poderia reduzir pela metade o custo com o pagamento de juros nominais no País, dos atuais 12,42% ao mês, para os níveis praticados em outros países da América Latina, de cerca de 6,6% a.m.

O ministro da Fazenda, Fernanod Haddad, disse que o governo pretende apresentar uma proposta de aprimoramento do modelo dentro de um prazo de 90 dias.

CONTEÚDO RELACIONADO: 

DESENROLA BRASIL: QUAIS BANCOS ESTÃO PARTICIPANDO DO PROGRAMA DE RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDA?

Edição do Jornal

img-1 img-2

Confira a Edição completa do Jornal de hoje em apenas um clique

Últimas notícias