Suape 45 anos

Suape foi criado para promover uma revolução econômica em Pernambuco

Porto de Suape comemora 45 anos de sua fundação na próxima terça-feira (7), com o desafio de continuar alavancando o desenvolvimento econômico e social de Pernambuco

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Adriana Guarda

Publicado em 03/11/2023 às 22:33 | Atualizado em 03/11/2023 às 22:41
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Uma multidão se aglomerava na Praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, na manhã daquela terça-feira, 30 de abril de 1974. Aguardavam a chegada do governador Eraldo Gueiros Leite, que vinha lançar a pedra fundamental do Porto de Suape. Em seu discurso, ele conseguiu antever o futuro. Foi como se estivesse entrado numa máqina do tempo e viajado décadas adiante. 

Acervo Suape
Durante o governo Moura Cavalcanti (1975-1979), foi sancionada a Lei 7.763, de 1978, que criou a empresa Suape Complexo Industrial Portuário, com o objetivo de assegurar a implantação do porto - Acervo Suape

"Suape será nosso amanhã. Aqui se desenrolarão novas lutas, com ambientes apoiados nas futuras fábricas e nas máquinas dos navios que atracarão trazendo desenvolvimento. É Pernambuco que afirma sua vocação histórica, da dimensão do futuro às conquistas do passado. Suape é isso”, disse, em seu discurso histórico.

A persistência do governo de Eraldo Gueiros (1971-1975) em implantar um porto-indústria em Pernambuco lhe rendeu a homenagem de ter o empreendimento batizado com seu nome: Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros.

Anos depois, no governo Moura Cavalcanti (1975-1979), foi sancionada a Lei 7.763, de 1978, criando a empresa Suape Complexo Industrial Portuário e assegurando a implantação do porto. A data é considerada o marco na fundação de Suape, que completa 45 anos na próxima terça-feira (7).

A primeira movimentação portuária também pode ser considerada como outro prenúncio na história de Suape. Em 1983, o navio Araxá, da Petrobras, inaugurou as operações, movimentando álcool no píer de granéis líquidos. Três décadas depois, a Petrobras se tornaria uma das principais clientes do porto, movimentando petróleo e derivados da Refinaria Abreu e Lima, erguida no Complexo e inaugurada em 2014. 

PORTO-CIDADE 

Muito se fala sobre Suape, mas ainda é grande o desconhecimento sobre este gigante pernambucano. Com 20 anos de experiência no setor portuário, o carioca Marcio Guiot, assumiu a presidência da estatal em fevereiro deste ano.

"Conhecia o porto dentro do universo do setor, mas só se aprende sobre Suape estando aqui. Suape é mais que um porto. É um porto-cidade, com mais de 17 mil pessoas vivendo em seu território. Por isso, não discutimos apenas questões industrias e portuárias, mas também mobilidade, educação, segurança, geração de renda e meio ambiente", observa Guiot.

O presidente de Suape também conta que na sua chegada a Pernambuco foi estudar o livro do jornalista Carlos Garcia - "Suape muito mais que um porto" e o Plano Diretor do Complexo, com horizonte até 2035. "Fiquei impressionado como Suape foi implantado sobre bases inovadoras, como já prever uma área de preservação ambiental. Também chama atenção a quantidade de visionários que se emprenhram para o porto existir" diz.   

Guiot revela que uma das suas missões é tornar Suape conhecido do Litoral ao Sertão de Pernambuco. "Uma das nossas prioridades é levar Suape para todos os cantos, fazendo com que as pessoas entendam o seu valor, a sua importância para o desenvolvimento de Pernambuco"", complementa.  

ECONOMIA

Com 17,3 mil hectares distribuídos entre os municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Ipojuca, no Grande Recife, Suape acomoda 84 indústrias distribuídas em doze setores e contabiliza R$ 74,5 bilhões em investimentos privados. Em 2022 movimentou 24,7 milhões de toneladas de cargas e a expectativa para este ano é alcançar 25 milhões.

A instalação de Suape, que completa 45 anos, contribuiu para transformar uma região de economia tradicionalmente sucroalcooleira no maior polo de atração de investimentos de Pernambuco. Hoje, o porto contribui com 5% do Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco e continua sendo aposta para o futuro da economia estadual. 

Com a expectativa da segunda etapa (2º trem) da Refinaria Abreu e Lima, a expectativa é que amovimentação de cargas de Suape dobre e chegue a 50 milhões de toneladas até 2030. Além da Rnest, a ferrovia sertaneja, o gesso do polo do araripe e as frutas do Vale do São Francisco são alternativas para aavancar a movimentação de cargas de Suape, que hoje se posiciona como o sexto maior no ranking nacional. 

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