Ibovespa sobe, de olho em NY e com alta do petróleo, mas fiscal é risco
Nesta segunda-feira (6), a B3 passa a fechar mais tarde para acompanhar o fim do horário de verão em Nova York
A indicação de alta das bolsas americanas e a valorização do petróleo em torno de 1,00% estimulam o Ibovespa. Nesta segunda-feira (6), a B3 passa a fechar mais tarde para acompanhar o fim do horário de verão em Nova York. A alta por lá reflete expectativas de que o Federal Reserve (Fed) começará a cortar os juros antes do imaginado.
Por ora, o ganho do Índice Bovespa é moderado, seja porque subiu na sexta-feira (3), seja em razão das incertezas fiscais. Além disso, a temporada de balanços internos fica no radar. Já saíram números como os da Embraer e da Gol. Após o fechamento da B3, o destaque será o balanço trimestral do Itaú Unibanco.
"A semana começa um pouco mais morna", observa Matheus Spiess, da Empiricus Research, lembrando que nos próximos dias serão divulgados dados e informações que poderão ajudar os investidores em relação a apostas para os juros domésticos. Será divulgada, por exemplo, a ata do Copom, que cortou a Selic em meio ponto porcentual, para 12,25% ao ano, e ainda sairá o IPCA de outubro.
E ainda o mercado fica à espera de eventuais sinais fiscais. Então, os ativos passam por uma certa correção, o que é natural depois dos movimentos recentes juros e dólar caíram na sexta, diante do entendimento que pode ganhar força nos Estados Unidos, que é o de que a economia está arrefecendo, o que abre espaço para o Fed ser mais flexível", completa Spiess.
Valorização
Na sexta-feira, o Ibovespa subiu 2,70%, fechando aos 118.159,97 pontos, acumulando valorização de 4,29% na semana. "Passando a resistência de 117 mil pontos, agora o objetivo próximo é o dos 121 mil, só que o lado político e as discussões sobre a meta fiscal devem seguir pesando no Ibovespa", estima em comentário o economista Álvaro Bandeira. Os juros futuros avançam, em manhã também de pressão de alta nos Treasuries, enquanto o dólar à vista volta a subir, mas segue aquém de R$ 5.
A mudança da meta fiscal de 2024 é dada como certa no Palácio do Planalto, mas a forma como isso será feito divide o governo. Até agora, a tendência é que a meta fiscal seja alterada para um déficit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) por meio de emenda parlamentar. Mas Fernando Haddad ainda tenta convencer o governo a não fazer uma mudança este ano, jogando a mudança para março, quando sai o primeiro Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do próximo ano.