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Queda de combustíveis e alimentos leva o Recife a registrar deflação

O Grande Recife foi uma das quatro localidades com inflação negativa no mês passado

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JC

Publicado em 10/11/2023 às 14:24 | Atualizado em 10/11/2023 às 14:24
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A Região Metropolitana do Recife (RMR) registrou deflação de 0,09% em outubro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira (10) pelo IBGE. É o segundo menor índice do país, à frente apenas de São Luís (-0,23%), e a RMR não registrava inflação negativa desde setembro de 2022. Alimentação e transportes foram os dois segmentos que mais influenciaram o resultado.

O Grande Recife foi uma das quatro localidades com inflação negativa no mês passado entre as 16 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas. Além da capital maranhense e da RMR, Belém (-0,06%) e Fortaleza (-0,06%) completam a lista.

DEFLAÇÃO NA RMR

Segundo a gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita, a deflação na RMR em outubro foi fortemente influenciada pela queda nos preços dos alimentos e bebidas.

“A alimentação no domicílio apresentou recuo de 0,93%, enquanto a alimentação fora do domicílio teve aumento de 0,5%. A deflação poderia ter sido ainda maior se não houvesse o aumento de quase 30% no preço das passagens aéreas. Apesar desse impacto no grupo de transportes, ele também apresentou deflação no mês passado, como consequência da retração de 3,55% no preço da gasolina, já que o item tem o maior peso na cesta de produtos do IPCA”.

No acumulado de janeiro a outubro, a Região Metropolitana do Recife (RMR) teve o quarto menor percentual do País, com inflação de 3,26%, porcentagem inferior à do Brasil (3,75%). A variação acumulada dos últimos 12 meses (novembro de 2022 a outubro deste ano) foi a quinta menor do país, de 4,57%. A inflação brasileira do período, por sua vez, foi de 4,82%.

O SOBE E DESCE DOS PREÇOS

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA em outubro, cinco tiveram inflação e quatro apresentaram deflação no Grande Recife. O maior índice foi registrado na categoria Despesas pessoais (0,54%), seguida pelo Vestuário (0,50%), Habitação (0,33%), Artigos de residência (0,13%) e Educação (0,04%).

As atividades com deflação em outubro foram Alimentação e bebidas (-0,54%), Transportes (-0,38%), Comunicação (-0,32%) e Saúde e cuidados pessoais (-0,05%). No acumulado do ano, Alimentação e bebidas, que compõem uma parcela importante do orçamento das famílias, também apresentaram inflação negativa (-0,64%).

Os cinco itens calculados pelo IPCA que apresentaram maior aumento de preço foram as passagens aéreas (28,97%), o melão (15,51%), o cigarro (5,84%), o ar-condicionado (3,95%) e os sapatos infantis (3,74%). Por outro lado, os cinco produtos com maior queda são todos de alimentos e bebidas: cenoura (-10%), tomate (-8,58%), fígado (-8,31%), banana-prata (-6,83%) e feijão-carioca (-6,38%).

INFLAÇÃO NO BRASIL

A pressão sobre a inflação da alta de 23,70% na passagem aérea foi parcialmente compensada pelo alívio advindo da queda de 1,53% no preço da gasolina, segundo o IBGE. 

O ranking de maiores pressões sobre o IPCA de outubro foi puxado por passagem aérea, com 0,14 ponto porcentual (p.p.), seguida pelo emplacamento e licença (0,05 p.p.), plano de saúde (0,03 p p.), arroz (0,02 p.p.) e batata-inglesa (0,02 p.p.).

Na direção oposta, os principais alívios partiram da gasolina (-0,08 p.p.), leite longa vida (-0,04 p.p.), energia elétrica residencial (-0,02 p.p.), seguro voluntário de veículo (-0,02 p p.) e produto para pele (-0,01 p.p.).

 

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