AGRICULTURA

Embrapa inicia construção de nova unidade de pesquisa no Nordeste

Processo de instalação do novo centro exigirá mais de R$ 100 milhões

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Agência Brasil

Publicado em 13/11/2023 às 12:32
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Na manhã desta segunda-feira (13), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, lançou a pedra fundamental que marca o início das obras para instalação da nova sede da Embrapa Alimentos e Territórios em Maceió (AL), uma das 43 unidades de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a estatal Embrapa.

A nova unidade funcionará onde era a antiga Companhia de Fiação e Tecelagem Norte de Alagoas, fechada em 1983, no povoado Saúde, em Ipioca, no litoral norte de Maceió (22 quilômetros do centro da cidade). A área é de 16,6 hectares, quase 17 campos de futebol, e foi doada pelo governo de Alagoas.

Estrutura deve ser recuperada e reconstruída

De acordo com a Embrapa, as estruturas arquitetônicas da antiga fábrica serão recuperadas e até reconstruída para a instalação da equipe e de laboratórios voltados a pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em biodiversidade e patrimônio alimentar; certificações e signos distintivos de qualidade e origem; antropologia e sociologia da alimentação; circuitos de produção e consumo de produtos agroalimentares; sistemas agroalimentares diferenciados; agregação de valor, gastronomia e turismo rural; e nutrição e saúde.”

A instalação da unidade exigirá mais de R$ 100 milhões.

Para este ano, a bancada federal de Alagoas no Congresso Nacional estabeleceu no Orçamento Geral da União (2023) um aporte de R$ 28,3 milhões. Também neste ano, o Programa de Aceleração ao Crescimento do Brasil (PAC) deverá investir mais R$ 7 milhões para obras civis da Embrapa Alimentos e Territórios.

Em 2024 e 2025, mais R$ 62 milhões serão gastos para aquisição de mobiliário, compra de equipamentos de laboratório e de campo, e instalação de casas de vegetação.

Propósito é agregar valor a produtos agroalimentares

A Embrapa Alimentos e Territórios foi planejada em 2016 e entrou em funcionamento em 2018. Conforme a empresa, o propósito do centro de pesquisa em Alagoas é “agregar valor aos produtos agroalimentares brasileiros, com ênfase nas áreas de alimentos saudáveis e funcionais, gastronomia e turismo, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável dos territórios a partir dos alimentos tradicionais.”

Segundo o chefe-geral da unidade, o agrônomo João Flávio Veloso Silva, Embrapa Alimentos e Territórios também atua para fortalecer políticas públicas voltadas para a alimentação de qualidade da população, “respeitando as especificidades culturais e regionais dos consumidores.”

O lançamento da pedra fundamental deverá contar com a presença do governador de Alagoas, Paulo Dantas; e da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.

Relação com setor de pequenos negócios

Vinicius Lages, diretor-superintendente do Sebrae Alagoas, destaca a aproximação entre as instituições – Embrapa e Sebrae –, sobretudo pelas oportunidades de aproveitamento por setores de pequenos negócios. “Os desafios tecnológicos são amplos, sobretudo pelo desconhecimento dos usos de muitas espécies vegetais, mas também pela falta de interesse do mercado em agregar valor”, observa Lages. Ele lembra que, ao menos nos últimos vinte anos, inúmeros produtos alimentícios tradicionais se transformaram em produtos de alto valor, como o açaí, a tapioca e as frutas tropicais amazônicas, por exemplo.

“O café e o queijo brasileiros ganharam status de qualidade internacional e hoje ousamos também em ocupar espaços com o vinho, o azeite e o chocolate. Se fizermos uma matriz de espécies de cada bioma, veremos que ainda temos uma enorme oportunidade pela frente, razão pela qual devemos destacar a importância fundamental desta Unidade da Embrapa dedicada a pesquisar a matriz de alimentos e territórios dentro desta abordagem do agro para além das commodities”, avalia Lages.

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