EMPREGO

IBGE vê expansão da ocupação com melhora quantitativa e qualitativa do trabalho

A taxa de desocupação caiu de 7,9% no trimestre terminado em julho para 7,6% no trimestre encerrado em outubro, menor resultado desde fevereiro de 2015

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Estadão Conteúdo

Publicado em 30/11/2023 às 16:34
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O mercado de trabalho tem mostrado uma melhora quantitativa, mas também qualitativa, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço da renda média e a abertura de novas oportunidades na formalidade são indicadores de um emprego de mais qualidade.

"Tudo indica que o mercado de trabalho está mostrando, está expressando, manifestando, as melhorias que têm ocorrido no âmbito das atividades econômicas", resumiu Beringuy.

A taxa de desocupação caiu de 7,9% no trimestre terminado em julho para 7,6% no trimestre encerrado em outubro, menor resultado desde fevereiro de 2015, quando foi de 7,5%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira, 30, pelo IBGE.

TAXA DE DESEMPREGO

Se considerados apenas trimestres encerrados em outubro, a taxa de desemprego é a mais baixa desde 2014, quando ficou em 6,7%.

Em apenas um trimestre, mais 862 mil pessoas passaram a trabalhar, totalizando um recorde de 100,206 milhões de trabalhadores ocupados no País. Ao mesmo tempo, 261 mil brasileiros deixaram o desemprego. A população desempregada desceu a 8,259 milhões, menor patamar desde abril de 2015. O total de inativos também diminuiu no trimestre, menos 228 mil pessoas nessa condição, totalizando 66,641 milhões fora da força de trabalho.

EXPANSÃO E MAIS QUALIDADE

"Não se trata apenas de números positivos em relação ao contingente do mercado de trabalho, mas uma expansão da ocupação acompanhada por características ligadas também a indicadores qualitativos", frisou Beringuy. "O que a gente tem é um aumento não apenas quantitativo, do contingente de ocupados, mas essa expansão vem acompanhada do aumento da formalidade e também do aumento do rendimento. E essa melhoria vem acompanhada por algumas atividades que têm registrado sim expansão (da ocupação), e essa expansão através da carteira de trabalho", apontou.

VAGAS FORMAIS ABERTAS

Houve abertura de 620 mil vagas com carteira assinada no setor privado no trimestre terminado em outubro. O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado subiu a 37,615 milhões no trimestre até outubro, maior contingente desde junho de 2014.

Segundo Beringuy, embora o aumento da carteira assinada venha ocorrendo de forma consistente, esse crescimento tem sido "bastante concentrado" em algumas atividades, como informação, comunicação e atividades administrativas, mas também um pouco na indústria e no comércio.

RECUPERAÇÃO DO MERCADO

A pesquisadora avalia que o mercado de trabalho recupera o padrão sazonal, de geração de vagas ao longo do ano, mas incorporando também melhorias quantitativas e qualitativas.

"Há recuperação desse padrão, dessa dinâmica (sazonal), e essa recuperação desse padrão está incorporando melhorias quantitativas, mas também outros indicadores como a forma de inserção do trabalhador e do rendimento médio", disse Beringuy.

O número de trabalhadores ocupados que contribuem para a Previdência Social alcançou um recorde de 64,658 milhões no trimestre até outubro.

"Uma externalidade positiva do processo (de melhora do mercado de trabalho) é o indicador de contribuição previdenciária", acrescentou Beringuy.

MASSA SALARIAL RECORDE

A abertura de postos de trabalho formais ajudou ainda a aumentar a renda média dos trabalhadores ocupados, que teve uma alta real de 1,7% no trimestre até outubro em relação ao trimestre até julho, R$ 49 a mais, para R$ 2.999. Na comparação com o trimestre encerrado em outubro de 2022, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 3,9%, R$ 112 a mais.

Com mais pessoas trabalhando e rendimentos mais elevados, a massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 13,163 bilhões no período de um ano, para o nível recorde de R$ 295,745 bilhões, uma alta de 4,7% no trimestre encerrado em outubro de 2023 ante o trimestre terminado em outubro de 2022. Na comparação com o trimestre terminado em julho de 2023, a massa de renda real subiu 2,6% no trimestre terminado em outubro, R$ 7,369 bilhões a mais.

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