MERCADO DE TRABALHO

Pernambuco reduz desemprego, mas segue com pior resultado do País

Pnad mostra ainda que a taxa de informalidade atinge metade da população ocupada no Estado

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JC

Publicado em 16/02/2024 às 17:24
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A taxa de desocupação em Pernambuco no ano de 2023 foi de 13,4% da população de 14 anos ou mais, a mais alta do País. A média nacional, por sua vez, foi de 7,9%. Ainda assim, esse foi o menor percentual do Estado desde 2015 e o resultado mostra uma tendência de queda nos dois últimos anos. Em 2021, com a economia ainda sob efeito da pandemia, o índice chegou a 20,2%; em 2022, a taxa foi de 15,9%. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (16) pelo IBGE.

ALTA INFORMALIDADE

A pesquisa mostra ainda que a taxa de informalidade – trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar – foi de 50,1% da população ocupada. Ou seja, aproximadamente metade dos pernambucanos trabalhou na informalidade em algum momento de 2023, enquanto a média nacional foi de 39,1%.

“Apesar de se manter na mesma posição no ranking de desocupação no país em relação a 2022, Pernambuco apresentou melhora na média anual em 2023 e, principalmente, no seu último trimestre. Ou seja, os números apontam o movimento feito pelo estado no sentido de melhorar sua posição no Brasil, refletindo uma retomada econômica mais consistente, que começou no ano passado e que deve se fortalecer a partir deste ano de 2024”, afirma a secretária de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo de Pernambuco, Amanda Aires.

RENDIMENTO DOS PERNAMBUCANOS

Em 2023, o rendimento médio habitual de todos os trabalhos foi de R$ 1.952, o quarto menor do país, atrás apenas do Ceará, do Maranhão e da Bahia. No Brasil, o montante é de R$ 2.979.

“Esses resultados da PNAD Contínua têm sido corroborados por outras pesquisas conjunturais do IBGE. Os indicadores de produção industrial, de serviços e de vendas do comércio já demonstravam, ao longo de 2023, um menor dinamismo na economia pernambucana, que acabam de refletir no nível de ocupação da população.

O grande volume de pessoas no mercado informal, sem garantias trabalhismas e com menores rendimentos do trabalho, gera uma insegurança quanto ao futuro, refletindo em menores despesas e compras de menor valor. Isso reduz as perspectivas de investimento das empresas e diminuem as chances de contratação, num ciclo de baixo desempenho econômico no estado”, pontua a gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco, Fernanda Estelita.

TAXA DE DESOCUPAÇÃO

O IBGE também divulgou os resultados da PNAD Contínua para o quarto trimestre de 2023 em Pernambuco e a taxa de desocupação foi de 11,9% da população de 14 anos ou mais. Em números absolutos, 505 mil pernambucanos procuraram emprego entre outubro, novembro e dezembro e não encontraram.

Na Região Metropolitana do Recife, o percentual de desocupados chegou a 13,8%, o segundo maior do país, atrás apenas da Grande Salvador (14,6%). Já a taxa de desocupação na capital pernambucana foi de 11,9%, a terceira mais alta, superada por Salvador (14,1%) e Aracaju (13,2%).

Enquanto isso, o número de pessoas ocupadas no estado teve uma pequena variação, de três milhões e 647 mil pessoas no 3º trimestre para três milhões e 726 mil trabalhadores no 4º trimestre, mas essa diferença configura estabilidade do ponto de vista estatístico.

O nível da ocupação em Pernambuco, ou seja, o percentual de pessoas ocupadas na semana de referência em relação às pessoas em idade de trabalhar, foi de 47,5% no quatro trimestre do ano passado, aumentando 1,2 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior.

MAIS TRABALHADORES NA INICIATIVA PRIVADA

Outro destaque na PNAD Contínua foi o aumento de 81 mil trabalhadores na iniciativa privada, exceto trabalhadores domésticos, passando de dois milhões e 349 mil para dois milhões e 430 mil, um avanço de 3,4%. Boa parte desse avanço se deve ao aumento de 10,2% no número de trabalhadores sem carteira assinada, de 561 para 618 mil.

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