AGROPECUÁRIA

Controle da mosca-dos-estábulos será intensificado nos oito municípios mais atingidos em Pernambuco

Grupo de Trabalho se reuniu nesta quarta-feira (21) com o novo secretário da SDA para discutir ações para o período em quese intenfifica a presença da mosca, entre julho e novembro, prejudicando a pecuária

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Adriana Guarda

Publicado em 21/02/2024 às 17:21 | Atualizado em 21/02/2024 às 17:40
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Pecuaristas, agricultores, avicultores e o governo de Pernambuco estão buscando uma solução para combater a praga da mosca-dos-estábulos no interior do Estado. Nesta quarta-feira (21), Grupo de Trabalho (GT) criado por portaria pela gestão estadual, com representantes da cadeia produtiva afetada pela praga, reuniu-se na sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Pesca (SDA).

Ficou decidido que a discussão das propostas para controle do inseto será intensificada. Em Pernambuco, oito municípios são atingidos com maior intensidade pela mosca, alcançando uma área de 150 mil hectares e envolvendo 2 mil produtores.

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PRAGA Mosca-dos-estábulos se alimenta do sangue do gado e pode dar até 40 picadas por minuto - CORTESIA

O novo secretário da SDA, Cícero Moraes, que assumiu a pasta na segunda-feira (19), convocou nova reunião para meados de março, com pauta prática dentro do plano de ação, com engajamento dos setores envolvidos – governo, academia e produtores.

“Este ano, a partir de julho, o uso da cama de aviário (adubo utilizado por produtores, criando um ambiente favorável para a proliferação do inseto) está proibida por lei, mas precisamos ter estratégias para o controle, com soluções para a cadeia produtiva”, disse. 

AÇÕES SUGERIDAS

Os produtores envolvidos na cadeia produtiva afetada pela mosca-dos-estábulos, discussão ideias como criação de cartilha com orientações para os produtores, intensificação da fiscalização do uso da cama de aviário, manejo adequado para outros tipos de adubo, reuniões técnicas nos municípios mais afetados, realização de palestras sobre pesquisas da área, campanhas educativas e outras estratégias para controle.

O presidente da Avipe, Giulliano Malta, aproveitou para dar um panorama da situação para o secretário Cícero Moraes, salientando a preocupação dos produtores. “Reitero a disponibilidade da Avipe, para colaborar no que for preciso”, disse Malta.

O diretor-presidente da União Nordestina da Agropecuária (UNA), José Orlando Duarte, destacou a região onde ocorre a praga com maior incidência, que é no Brejo Pernambucano, sendo os municípios mais afetados: Amaraji, Barra de Guabiraba, Bonito, Camocim de São Félix, Chã Grande, Cortês, Gravatá e Sairé.

LEI VOLTOU A PROIBIR USO DO ADUBO DE FRANGO

A presidente da Adagro, Raquel Miranda, explica que em julho de 2022 foi publicada a Lei nº 17.890, que estabelece a proibição da cama de aviário, entre o período de julho e novembro, nos municípios de Amaraji, Barra de Guabiraba, Bonito, Camocim de São Felix, Chã Grande, Cortês, Gravatá e Sairé.

Em dezembro do mesmo ano, durante a gestão de Paulo Câmara, a legislação foi flexibilizada, permitindo o uso da cama de frango condicionado ao manejo adequado e à fiscalização. O descumprimento das regras e a dificuldade de fiscalização fizeram com que a praga avançasse, causando prejuízos aos pecuaristas. Já em dezembro de 2023, o governo Raquel Lyra voltou a proibir o uso do adubo entre julho e novembro e estabeleceu regras mais rígidas para o restante do ano.  

Participaram da reunião os secretários Executivos da SDA Bruno França e Carlos Ramalho, a presidente da Adagro, Raquel Miranda e equipe, o diretor de Pesquisa do IPA, Henrique Casteletti e equipe, entre outros que compõem o GT.

PREJUÍZOS CAUSADOS PELA MOSCA

Conhecida por mosca-dos-estábulos ou mosca da vinhaça, ocorre em diversos países do mundo e no Brasil está distribuída amplamente em todo o território nacional. É um inseto hematófago que ataca preferencialmente bovinos e eqüinos, e pode atacar outros animais domésticos e o homem.

Com uma população cada vez maior, nos oito municípios do Brejo Pernambucano elas vêm atraídas pelo cheiro da cama de frango, subproduto da avicultura que serve como adubo natural na produção de cará, inhame e banana na região.

Em condições ideiais para se reproduzir, a mosca traz sérios prejuízos à pecuária. O inseto suga o sangue dos animais, reduzindo a produtividade do rebanho, diminuindo a fertilidade das fêmeas, aumentando a incidência de abortos e, até, provocando a morte dos bezerros. 

A picada da mosca provoca dor. Ela passa pelo menos quatro minutos, consecutivos, sugando o sangue do animal. Cobertos por insetos, bois e vacas ficam estressados e se amontoam para fazer uma espécie de proteção coletiva. Os bichos não conseguem comer e acabam perdendo peso. 

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