DENGUE X ECONOMIA

Prejuízos trazidos pela dengue podem chegar a R$ 84,5 milhões para os setores econômicos de Pernambuco em 2024

De acordo com a Fiepe, até a 15ª semana do ano, o impacto na produtividade das indústrias da transformação já somava R$ 35,5 milhões e o absenteísmo já tinha identificado no chão de fábrica

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JC

Publicado em 06/05/2024 às 16:23 | Atualizado em 06/05/2024 às 16:49
Notícia

O aumento dos casos de dengue e de outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti neste ano, além de afetar a saúde de milhares de pernambucanos, vem também comprometendo a operação das indústrias do Estado.

De acordo com o estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), o impacto financeiro até agora foi de R$ 35,5 milhões. Se os casos continuarem em ascensão, estima-se que haja um choque de R$ 84,5 milhões na produtividade de todos os setores econômicos do Estado – indústria, comércio e serviço. Pernambuco está entre os cinco estados com tendência de aumento de casos, conforme o Ministério da Saúde.

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Mosquito da dengue, Aedes aegypti, pousado em uma folha. Imagem ilustrativa para falar sobre casos de dengue no Brasil - © shammiknr/Pixabay

De acordo com o economista da FIEPE, Cézar Andrade, a incidência das arboviroses tem sido uma preocupação constante para as indústrias. “É que, com os casos, as empresas vêm enfrentando desde o aumento do absenteísmo devido às licenças médicas até a redução da eficiência do trabalho, em razão dos sintomas causados por essas doenças”, analisou.

Queda na produção é principal impacto

O levantamento também questionou os empresários sobre o principal impacto nas suas indústrias. Dos entrevistados, 45,56% responderam que o principal impacto foi a queda na produção. Em segundo lugar, com 34,44% das respostas, aparece a necessidade das indústrias de realocar seu pessoal. Já outros 15,56% responderam que tiveram que pagar hora extra para compensar o afastamento dos colaboradores com as doenças. Apenas 4,44% dos empresários industriais afirmaram que foi necessário realizar novas contratações.

Sobre as faltas dos trabalhadores, inclusive, a sondagem revelou que o percentual de absenteísmo foi de 8,34% e que a perda de produção devido ao afastamento por arbovirose por cada trabalhador em Pernambuco chega a ser de R$ 2.012,71, considerando sete (7) dias de afastamento. Além disso, quase 73% dos empresários entrevistados informaram que tiveram empregados afetados por alguma doença transmitida pelo Aedes aegypti.

DIAGNÓSTICO DA DENGUE

Diante desse cenário, a diretora de Saúde e Segurança da Indústria do SESI-PE, Fernanda Guerra, faz um alerta sobre a importância do diagnóstico da dengue, da chikungunya e da zika para que seja realizado o tratamento adequado de imediato para cada doença, uma vez que os colaboradores podem achar que é apenas um resfriado ou uma virose e, assim, acabarem camuflando, por exemplo, um possível foco de dengue dentro da empresa.

“Para isso, o SESI-PE, que integra o Sistema FIEPE, oferece exames de diagnóstico. Com a identificação da doença, o funcionário se trata da forma adequada e volta a trabalhar mais rapidamente, diminuindo o índice de absenteísmo e evitando o comprometimento da produtividade das indústrias”, explica.

Além disso, Fernanda ressalta que o SESI-PE também dispõe de um canal de telemedicina, criado pelo SESI Nacional, para atender os trabalhadores da indústria e seus dependentes com suspeita de dengue. Os trabalhadores que apresentarem sintomas da doença, poderão ter, por meio do WhatsApp (61) 3317-1414, acesso a assistência e a orientações em saúde especializada.

PORTES DAS EMPRESAS 

As informações captadas nesta pesquisa mostram ainda que 24,32% são de micro indústrias, 32,43% são pequenas indústrias, 27,03% de médias e 16,22% de indústrias de grande porte, segundo critério por número de funcionários e faturamento.

Mantido pelo setor industrial, atua no desenvolvimento de soluções para trazer ainda mais competitividade ao segmento. Além da FIEPE – que realiza a defesa de interesse do setor produtivo – conta ainda com o SESI, o SENAI e o IEL. Pelo SESI-PE, são oferecidos serviços de saúde e educação básica para os industriários, familiares e comunidade geral.

O SENAI-PE, além de formação profissional, atua em metrologia e ensaios, consultorias e inovação. O IEL-PE foca na carreira profissional dos trabalhadores, desde a seleção de estagiários e profissionais, até a capacitação deles realizada pela sua Escola de Negócios.

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