Tragédia no Sul

Algumas redes de atacarejo de Pernambuco limitam compra de arroz por causa da crise do Sul. Associação tranquiliza

A recomendação das associações nacional e pernambucana de supermercados (Apes e Abras) é que os consumidores não façam estoques em casa para que todos tenham acesso contínuo ao produto

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Adriana Guarda

Publicado em 10/05/2024 às 17:16 | Atualizado em 10/05/2024 às 17:19
Notícia

Algumas redes de atacarejo em Pernambuco estão limitando a quantidade de arroz que pode ser comprada por cliente, em função da crise climática no Rio Grande do Sul. No Atacadão, por exemplo, um aviso na gôndola informa que cada pessoa só pode levar um fardo (10 pacotes de um quilo cada). A estratégia das empresas é evitar que a população faça estoque, o que poderá provocar aumento nos preços ou mesmo estimular o desabastecimento.

“A APES está acompanhando a questão dos grãos, principalmente o arroz, que vem do Rio Grande do Sul. Segundo a Federação de Grãos, não há motivo para preocupação no momento, visto que o período de colheita já havia passado e o produto encontra-se nos portos para serem despachados para os Estados brasileiros que são abastecidos por cabotagem - que é o caso de Pernambuco”, diz a nota.

LOGÍSTICA PODE ATRAPALHAR? 

O comunicado do Atacadão aos clientes sinaliza que o problema está na logística para trazer o arroz do Rio Grande do Sul até o mercado local. “Em virtude da dificuldade de recomposição do estoque (causadas pela enchente no Rio Grande do Sul) e com o intuito de atender o máximo de clientes possíveis, estamos limitando a quantidade de produtos”, afirma o aviso.

As chuvas deixaram um cenário de estradas obstruídas por barreiras e pontes que caíram, comprometendo a distribuição de bens de consumo para alguns lugares. Os produtores de arroz afirmam que existe um problema de logística momentâneo, principalmente a ligação com o interior do Rio Grande do Sul, mas que a ligação com os grandes centros, através da BR-101, está normal.

Sobre a logística, a Apes diz que está em sintonia com a Abras, monitorando a logística e o abastecimento dos produtos essenciais à população.

“Até o momento, os estoques e as operações de abastecimento do varejo estão normalizados com diversas marcas, preços e promoções para atender à demanda de consumo tanto nas lojas físicas quanto pelo e-commerce”, destaca.

A preocupação dos supermercados com as enchentes é o fato de o Rio Grande do Sul ser o maior produtor do grão do Brasil, responsável por 70% da safra nacional. Apesar disso, representantes dos setores de produção e venda do arroz descartam a possibilidade de desabastecimento e reafirmam que não é preciso fazer estoque.

REDES DE ATACAREJO

Com 27 lojas em Pernambuco, o Novo Atacarejo informa que o abastecimento de arroz está normal nas suas lojas. A rede nordestina afirma que “conta com estoque para atender a população, mas, assim como outras empresas do setor, também decidiu limitar, desde segunda-feira (6), a compra de dois fardos por cliente”. A empresa explica que os dois fardos são limitados ao mês e que a compra fica registrada no sistema para evitar duplicidades.

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