Magda Chambriard estreia na Petrobras com petroleiros em estado de greve e manifestação
A Petrobras confirmou sua nova presidente nesta sexta-feira (10)
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, vai enfrentar, em sua primeira semana de gestão, o estado de greve aprovado esta semana pelos empregados da estatal associados à Federação Única dos Petroleiros (FUP). A entidade prepara um ato no próximo dia 29, em frente à sede, no Rio de Janeiro, além de paralisações nas bases operacionais e demais bases administrativas da Petrobras e subsidiárias.
De acordo com o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, apesar de estar confiante na gestão da executiva como presidente da estatal, há necessidade de atenção urgente à agenda interna da categoria petroleira, para soluções de problemas estruturantes do plano de previdência e do plano de saúde, além de outros temas, como o novo plano de cargos e salários e reposição de efetivo.
"Esperamos que a nova gestão da companhia preze pelo respeito e bom relacionamento com o movimento sindical e os trabalhadores", afirmou Bacelar em nota.
O sindicalista ressaltou que as ideias de Chambriard vão ao encontro de propostas defendidas pela Federação, principalmente em relação ao fortalecimento da indústria naval nacional, com contratações de embarcações no Brasil, além de conteúdo local, ampliação do parque de refino e apoio ao setor de fertilizantes.
NOME CONFIRMADO
A Petrobras confirmou como sua nova presidente Magda Chambriard nesta sexta-feira, 10 dias após a demissão de Jean Paul Prates pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A Petrobras "nomeou Magda Chambriard como conselheira de administração e a elegeu como nova presidente da companhia", informou um comunicado, acrescentando que assumiria ambos os cargos "imediatamente".
A engenheira de 66 anos será a segunda mulher a presidir a empresa estatal de capital aberto. Também será a sexta presidente em menos de três anos da empresa sob controle estatal e com capitais privados, e enfrentará o desafio de ampliar a produção de petróleo no Brasil em paralelo à transição energética.
Não será sua estreia na companhia, na qual já exerceu várias funções desde 1980. Também dirigiu a Agência Nacional de Petróleo durante o governo de Dilma Rousseff (2011-2016).
Chambriard deve buscar estabilidade na empresa em crise devido à demissão de Prates em 14 de maio, após semanas de rumores sobre sua possível saída.
Diferenças em assuntos estratégicos com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, motivaram sua demissão após menos de um ano e meio no cargo.
A gestão de Prates foi afetada especialmente por uma polêmica sobre o pagamento de dividendos extraordinários a acionistas.
O anúncio de sua saída despertou preocupação entre os investidores e o preço das ações preferenciais despencou 6,04% na Bolsa de São Paulo. Nos três dias seguintes, a Petrobras perdeu 57,5 bilhões de reais em valor de mercado.