Pequenas e Médias Empresas

PMEs: Pernambuco está entre os Estados com maior dificuldade de acesso ao crédito por conta do baixo score

Serasa Experian lança o "Empreender Brasil", com uma visão trimestral sobre as micro, pequenas e médias empresas do País e alguns recortes regionais

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Adriana Guarda

Publicado em 20/06/2024 às 16:06
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A Serasa Experian apresenta ao mercado o “Empreender Brasil: Inteligência de Mercado para as MPMEs”, trazendo um raio-x trimestral do segmento de micro, pequenas e médias empresas no País. O estudo se divide em categorias e traz: dados demográficos e segmentação, o Score PJ dessas empresas de modo geral e segmentado, dados de atividade econômica (emprego, demanda, oferta e acesso ao crédito), inadimplência e insolvência, além de alguns recortes regionais, com informações sobre Pernambuco, por exemplo.

O levantamento da Serasa Experian aponta uma tendência de retomada econômica entre as micro e pequenas empresas, com melhora em indicadores como geração de emprego, demanda e oferta por crédito e desaceleração da inadimplência. Apesar da melhora, os desafios para o setor são relevantes, em função da alta taxa de mortalidade das empresas, do ainda difícil acesso ao crédito, da necessidade de gestão financeira, capacitação e outras questões.  

Levantamento realizado pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, mostra que, atualmente, existem 21.943.590 empresas ativas no País, sendo que 93,6% delas são consideradas dentro do universo das micro e pequenas. Em Pernambuco, 563.454 empresas são classificadas como micros e pequenas, representando 93,58% do total do Estado. 

DESAFIOS A SUPERAR

Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostram que a taxa média de mortalidade no setor aumentou nos últimos anos. Na análise de um período de 5 anos (de 2017 a 2022), 57,7% dos Microempreendedores Individuais (MEI) conseguiram sobreviver. No caso das micro empresas, a taxa de sobrevivência é de 74,3%; enquanto as de pequeno porte alcançam 78,6%. 

Além da alta mortalidade, as micro pequenas empresas enfrentam o problema do baixo Score PJ, que indica a reputação de uma empresa no mercado a partir de comportamentos financeiros. É uma espécie de termômetro do risco de inadimplência que a empresa oferece. Quanto mais alto o score de uma empresa, maiores as chances de ela conseguir crédito, além de melhores condições. 

Com base nos dados da Serasa Experian, usando um recorte de 12,8 milhões de empresas, 86,6% delas tem seu score abaixo de 600 pontos. O score vai de zero a 1.000 e é considerado positivo a partir de 600. Na classificação por segmentos da economia, o comércio tem a melhor pontuação: 20,2% das empresas atuantes neste setor têm score superior a 600 pontos. Os serviços vêm na sequência com 17,9%, seguido da indústria, com 14,8%, e por fim, na outra ponta, o setor primário com 10,1%.

“Quando falamos do Score da MPMEs é importante ter em mente que uma pontuação baixa não é necessariamente pela empresa ser inadimplente ou má pagadora. Muitas micro e pequenas empresas ainda estão em um processo de construção de histórico financeiro. Somado a isso, a informalização dos negócios e questões de gestão, como a mistura das contas pessoais com as empresariais, impactam na nota. Pagar as contas em dia e dar visibilidade dos hábitos de pagamento da empresa por meio do Cadastro Positivo são caminhos que podem contribuir para aumentar o Score PJ”, salienta o vice-presidente de pequenas e médias empresas da Serasa Experian, Cleber Genero.

PERNAMBUCO COM BAIXO SCORE

Em Pernambuco, do total de micros e pequenas empresas, apenas 10,6% têm um Score PJ acima de 600. É o pior desempenho do Nordeste e o 6º pior do Brasil. Essa situação reverbera na dificuldade de acesso ao crédito tanto para capital de giro quanto para investimento. Apesar da alta representatividade das micro e pequenas no total de empresas do Estado, a proporção no saldo de empregos é pequena em relação à média do País. 

Do saldo de 12.829 empregos, uma fatia de 21,86% está dentro das micro e pequenas empresas. É um dos três piores resultados do País, junto com Rondônia (15,90%) e Rio de Janeiro (19,52). 

Os desafios dos MEIs e das micros e pequenas empresas estão no nascedeou, no processo de estruturação do negócio. "O empreendedorismo por necessidade é uma realidade no País. Apesar de o Brasil estar com uma taxa histórica de desemprego de 7,5%, ainda é alta em relação a padrões internacionais. Por ser uma opção de sobrevivência financeira, acontecem equívovos na hora de abrir o próprio negócio", observa o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.

O especialista aponta pelo menos três pontos fundamentais antes de abrir um negócio. "É preciso conhecer o negócio onde vai atuar, fazer pesquisa de mercado (para conhecer a demanda e a oferta pelo produto e serviço) e fazer uma boa gestão financeira. Isso é fundamental porque muitos empreendedores não entendem que o dinheiro que entra no caixa não é dele, é da empresa. O bolso do empreendedor não é o mesmo bolso do negócio", alerta. 

 

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