Nordeste ganha boletim mensal do FGV Ibre para analisar desafios econômicos e sociais da região
Publicação do FGV Ibre, o Boletim terá periodicidade mensal e vai discutir temas como PIB, mercado de trabalho, inflação e comércio exterior
Com características distintas das demais regiões do País, o Nordeste ganha um olhar mais específico para o seu território. Nesta terça-feira (17), o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) lançou, durante coletiva de imprensa, o Boletim Macro Regional Nordeste, uma publicação do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV Ibre. Com periodicidade mensal, o trabalho será divulgado no portal do FGV Ibre (https://portalibre.fgv.br/).
O coordenador do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do FGV Ibre, Flávio Ataliba, explicou que o Boletim servirá de ferramenta para compreender a dinâmica econômica da região. "O Boletim vai consolidar diversas ações com recorte regional, trazendo análises mensais sobre PIB, mercado de trabalho, inflação, comerço exterior e outros", destaca.
Com a elaboração do Boletim, a expectativa do FGV Ibre é contribuir com a tomada de decisões por parte do governo, empresas e sociedade civil, de forma a acelerar o desenvolvimento e promover uma melhora do bem-estar da população nordestina.
PIB EM RECUPERAÇÃO
"O Boletim mostra a economia do Nordeste em recuperação, com crescimento de 3,1% no acumulado do ano, enquanto o Brasil avançou 2,1%. É um movimento relevante", oberva a coordenadora geral e técnica do Boletim, Isadora Gonçalves Costa Osterno. A análise mostra que apesar docrescimento da economia nordestina, a indústria não consegue acompanhar o bom desempenho. No acumulado do ano o setor aumentou 2,6% no País e na região ficou estável (0,4%).
As possíveis explicações são o fato de a economia nordestina estar ancorada no setor de servços, com 72% de participação, além de a indústria ser menos diversificada na região e mais suscetível à volatilidade.
EMPREGO EM ARRANCADA
O saldo de empregos no Nordeste foi positivo em junho de 2024, com 45.904 novos postos de trabalho, a maior geração de empregos do ano. Os estados do Ceará, Bahia e Pernambuco lideraram a criação de vagas. No acumulado do ano, foram gerados mais de 142 mil empregos formais. A taxa de desocupação caiu para 9,4%, no 2o trimestre de 2024, com destaque para a Bahia e Piauí, que reduziram suas taxas em 2,9 e 2,4 pontos percentuais, respectivamente.
INFLAÇÃO EM ALTA
A inflação aumentou nas três maiores capitais do Nordeste em julho de 2024: Fortaleza (0,47%), Recife (0,33%) e Salvador (0,18%). O IPCA nacional ficou em 0,38%. Fortaleza acumulou a maior alta no ano, com 3,0%. Os principais fatores de pressão inflacionária foram os transportes, influenciados pelo aumento dos combustíveis.