Mulheres ganham 9,93% a menos que homens em Pernambuco, revela 2º Relatório de Transparência Salarial

Documento reúne informações de 1.545 empresas pernambucanas com 100 ou mais funcionários. No país, as mulheres ganham 20,7% a menos

Publicado em 26/09/2024 às 23:29

As mulheres ganham 9,93% a menos do que os homens em Pernambuco. No estado, a remuneração média dos homens é de R$ 2.963,63, enquanto a das mulheres é de R$ 2.669,28. É o que aponta o 2º Relatório de Transparência Salarial, documento elaborado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres com o recorte de gênero, a partir dos dados extraídos de informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários, exigência da Lei nº 14.611/2023.

A Lei de Igualdade Salarial determina a equiparação de salários entre mulheres e homens em situações nas quais ambos desempenham funções equivalentes (ou seja, quando realizam o mesmo trabalho, com igual produtividade e eficiência). Em Pernambuco, a diferença de remuneração entre mulheres e homens varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença é de 25,7%.

No total, 1.545 empresas pernambucanas responderam ao questionário. Juntas, elas somam 570,3 mil pessoas empregadas. O 2º Relatório foi apresentado na última quarta-feira, 18 de setembro. Em março, o primeiro relatório indicou que, em média, as mulheres recebiam 88,9% do salário pago aos homens no estado, ou 11,1% a menos. No primeiro ciclo, 1.509 empresas enviaram informações referentes a 562,9 mil pessoas empregadas.

No recorte por raça, o segundo relatório aponta que o número de mulheres negras é bem maior que o de mulheres não negras nas empresas do levantamento, com registro de 132,9 mil e 68,2 mil, respectivamente.

Contudo, mulheres negras recebem, em média, 24,5% a menos que as não negras. Entre os homens negros e não negros, a diferença de remuneração média é de 25,8%.

POLÍTICAS DE INCENTIVO

O documento registrou que, em Pernambuco, 50,5% das empresas possuem planos de cargos e salários; 35,3% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres; 36,8% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência e 27,1% adotam incentivos para contratação de mulheres negras. Em relação ao incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 20,4% dos estabelecimentos contam com a política.

O relatório também apresenta informações que indicam se as empresas contam com políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.

“As mulheres negras estão concentradas na base da pirâmide, principalmente serviços domésticos, serviços de limpeza, serviços de alimentação, de saúde básica, nos serviços públicos e nas atividades de gerenciamento e direção”, diz a Subsecretária de Estatísticas e Estudos do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner. 

CENÁRIO NACIONAL

No Brasil, as mulheres ganham 20,7% a menos do que os homens, de acordo com o 2º Relatório de Transparência Salarial. No total, 50.692 empresas responderam ao questionário – quase 100% do universo de companhias com 100 ou mais funcionários no Brasil. A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 27%.

No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho, recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 2.745,76, a da não negra é de R$ 4.249,71, diferença de 54,7%. No caso dos homens, os negros recebem em média R$ 3.493,59 e os não negros, R$ 5.464,29, o equivalente a 56,4%.

Tags

Autor