Porto de Suape estreia linha marítima semanal para a Ásia com porta-contêineres MSC Juliette
Navio atracou em Suape nesta quarta-feira (6); Chegada do porta-contêineres e estreia da linha marcam comemorações do 46º aniversário do porto
O Porto de Suape recebeu, nesta quarta-feira (6), o porta-contêineres MSC Juliette, que marca a estreia de uma rota regular e semanal entre o Nordeste do Brasil e a Ásia. A chegada do navio e o lançamento da linha marítima coincidem com o aniversário do porto pernambucano, que completa 46 anos de fundação nesta quinta-feira (7).
O MSC Juliette, um porta-contêineres de classe mundial New Panamax, possui capacidade máxima de 15 mil TEUs (unidade de medida para carga de contêineres) e realizará a ligação dos portos da região com Singapura, além de outros importantes portos asiáticos.
A embarcação atracou por volta das 12h no Cais 2, para movimentar 2.201 contêineres, e tem previsão de deixar Suape no próximo sábado (9). O percurso, chamado de Serviço Santana, tem uma duração de 23 dias de viagem, em média A rota é viabilizada pela MSC Mediterranean Shipping Company S.A, uma das gigantes mundiais do setor de transporte marítimo de carga conteinerizada.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico do Governo de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, o lançamento da rota marítima representa a colheita do “resultado de um trabalho muito duro”, destacando a realização da dragagem do canal externo do Porto de Suape e outras obras que estão sendo realizadas.
“Estamos colhendo o resultado de um trabalho muito duro. No ano passado, fizemos a dragagem do canal externo de Suape. Agora, estamos dragando o canal interno e fazendo a obra de proteção do molhe. Isso tudo é para aumentar a capacidade do nosso porto de receber grandes navios. E hoje, Suape inaugura uma linha que liga o nosso Porto, o nosso estado de Pernambuco, direto com Singapura. É uma nova rota para economia do nosso estado. Isso significa mais emprego, significa novas empresas decidindo fazer negócios a partir do Porto de Suape”, disse.
Marcio Guiot, diretor-presidente da estatal portuária, celebrou a chegada do MSC Juliette e a abertura da rota marítima que liga Suape ao continente asiático, enfatizando a possibilidade de “maior competitividade” para exportadores e importadores do Nordeste.
“Com a consolidação do serviço, o Porto de Suape se posiciona como gateway de contêineres de longo curso na região, possibilitando maior competitividade aos exportadores e importadores do Nordeste. Para isso, estamos trabalhando arduamente na melhoria da infraestrutura do nosso porto, a exemplo das obras de dragagem e de recuperação do molhe de proteção dos píeres e cais”, pontua o diretor-presidente da estatal portuária, Marcio Guiot.
Primeira linha direta para a Ásia partindo do Nordeste
Com a atracação do MSC Juliette, o Nordeste do Brasil ganha a primeira linha direta entre a região ao continente asiático, cuja rota é realizada pelo Oceano Pacífico e Canal do Panamá, com parada em portos do Caribe, na América Central.
Para o diretor de Desenvolvimento e Gestão Portuária, Rinaldo Lira, a nova rota representa um “divisor de águas” para o comércio exterior de Pernambuco, do ponto de vista comercial.
“Do ponto de vista comercial, é um divisor de águas para o comércio exterior de Pernambuco, pois aumenta as possibilidades de negócios para as diversas cadeias produtivas e industriais”, explica o diretor de Desenvolvimento e Gestão Portuária, Rinaldo Lira.
Suape recebeu o primeiro supernavio da classe New Panamax no dia 29 de julho deste ano. O recorde foi protagonizado pela embarcação MSC Orion com capacidade de carregamento de 15 mil TEUs, sendo, até então, a maior registrada no atracadouro pernambucano.
Após o marco histórico, a estatal entrou na rota das megaoperações com a capacidade máxima e essa é a sexta embarcação desse nível a chegar no complexo portuário industrial.
Obras de infraestrutura em andamento
A conclusão da dragagem do porto externo, que atingiu 20 metros de profundidade, é uma das obras de infraestrutura realizadas pela estatal portuária para ampliar a competitividade e reunir as condições necessárias para que navios de classe mundial possam atracar com carga máxima, otimizando as exportações e importações. Já a intervenção no canal interno, que resultará no aprofundamento de até 16,2 metros, tem prazo de conclusão de cinco meses, prevendo a remoção de 3,8 milhões de metros cúbicos de sedimentos. Os serviços começam nas próximas semanas.
O mesmo pacote de obras contempla a dragagem e a manutenção da bacia de evolução e dos Píeres de Granéis Líquidos (PGLs) 3A e 3B, para aprofundamento até 18,5 metros O custo total das intervenções é de R$ 204 milhões (R$ 104 milhões de recursos próprios e R$ 100 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento/PAC3). Na finalização da dragagem do canal externo, foram investidos R$ 140 milhões.
Outra obra com reflexo direto na movimentação portuária é o serviço de reforço do molhe de abrigo do atracadouro. A quarta e última etapa da intervenção contempla 1,8 quilômetro da estrutura e já está em andamento, com prazo de conclusão previsto para 47 meses. Trata-se de uma intervenção fundamental contra a força das marés altas, permitindo que as operações sejam realizadas com menor interferência de correntes marítimas e ondas. O investimento é de R$ 123 milhões (R$ 73 milhões de recursos próprios e R$ 50 milhões do PAC3).