Haddad diz que propostas de cortes irão para Pacheco e Lira esta semana
Ministro da Fazenda revelou que a reunião desta segunda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi "definitiva" para bater o martelo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda, 25, em conversa com jornalistas que o governo deve apresentar ainda nesta semana o pacote de corte de gastos.
O detalhamento das propostas será feito após a apresentação das medidas para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Haddad também afirmou que a reunião desta segunda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi "definitiva".
Pacote inclui mudanças nas regras para concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), no abono salarial, na política de reajuste do salário mínimo e na previdência e pensão de militares.
O ministro negou detalhar as medidas, mas confirmou que mudanças no Vale Gás e a limitação dos chamados "supersalários" (que ultrapassam o limite legal) estão no pacote. Os formatos das medidas estão em Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e Projeto de Lei Complementar.
Simone Tebet reforça decisão
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que a decisão sobre o pacote de ajuste dos gastos públicos, visando ao cumprimento da meta fiscal, já foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o anúncio aconteça ainda nesta semana.
Ela antecipou, contudo, que dificilmente o plano será divulgado nesta terça-feira, 26.
Ao chegar à livraria Martins Fontes, na avenida Paulista, para a noite de autógrafos de seu livro "O voo das borboletas", Tebet manifestou confiança sobre a aprovação das medidas no Legislativo. Também assegurou que, com o ajuste, as metas fiscais estão garantidas até o fim do atual mandato de Lula, em 2026.
"O presidente, hoje (segunda, 25), já bateu o martelo. Então, a decisão está tomada", comentou a ministra, acrescentando que, apesar da possibilidade de alguma modificação, nada deve alterar significativamente em relação ao que já foi acertado com Lula.
"Nada que movimente muito o tabuleiro. Provavelmente, o anúncio sai realmente esta semana", ressaltou Tebet.
A ministra disse que o pacote será anunciado em entrevista coletiva comandada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e que também deve contar com a participação do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Dificilmente, contudo, a coletiva acontecerá amanhã. "Amanhã, acho difícil, por mim não seria amanhã", afirmou Tebet, após dizer que só voltará amanhã de manhã à capital federal.
Por pedido expresso do presidente Lula, Tebet disse que não daria mais informações como, por exemplo, o tamanho do ajuste.
Questionada se o pacote poderá ser desidratado na tramitação no Congresso, Tebet ressaltou que o presidente Lula tem experiência suficiente para não incluir medidas que tenham resistência do Legislativo.
"A conversa do ministro Haddad com os presidentes da Câmara Arthur Lira e do Senado Rodrigo Pacheco foi justamente nesse intuito, lá atrás: ver o que seria possível", disse a ministra, manifestando estar "extremamente otimista" com a viabilidade do pacote no Legislativo.
"É um pacote possível, que os parlamentares vão ter conforto de votar, porque não está se tirando direitos de ninguém", emendou Tebet.
A ministra disse ainda que há convicção de que, no curto prazo, as medidas serão suficientes para o governo entregar a meta fiscal.
Ela a meta não vai ser alterada até o ano de 2026 ... A meta fiscal vai ser preservada graças a esse ajuste, e ela já tem medidas estruturantes que já projetam, em médio prazo, a revisão de gastos", declarou Tebet.