Setor de seguros cresce 12% em Pernambuco, seguindo tendência nacional
Mercado arrecadou R$ 5,7 bilhões no Estado, com destaque para segmentos de Cobertura de Pessoas; setor Rural avança, mas ainda é inexpressivo
O mercado de seguros brasileiro prevê um crescimento de 11,6% em 2024, com arrecadação total estimada em R$ 747,3 bilhões. O montante representa um aumento de R$ 77,8 bilhões em relação ao arrecadado em 2023, conforme dados divulgados pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
Em Pernambuco, o setor acompanhou a tendência nacional, registrando um crescimento de 12,5% e alcançando R$ 5,754 bilhões em arrecadação. No Estado, o segmento de maior representatividade foi o de Cobertura de Pessoas, que arrecadou R$ 3,760 bilhões, seguido por Danos e Responsabilidades, com R$ 1,504 bilhões.
Desafios do seguro rural
No Estado, o destaque em termos de crescimento foi o seguro rural, que avançou 72,6%, enquanto a média nacional ficou em 0,5%. Apesar do salto expressivo, o segmento ainda responde por uma pequena fatia do mercado no Estado, com arrecadação de R$ 34,08 milhões.
Segundo Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, "o desempenho do seguro rural poderia ser mais expressivo com maior suporte do governo federal". "Trata-se de uma discussão orçamentária. Nós temos muita confiança de que hoje há uma percepção dentro do governo a respeito da importância disso".
Mudanças climáticas
Em âmbito nacional, o grupo Patrimonial destacou-se pelo aumento significativo de 63,6% nas indenizações, totalizando R$ 6,1 bilhões. O crescimento foi impulsionado pelo evento climático extremo no Rio Grande do Sul nos meses de abril e maio.
O presidente da CNseg destacou o papel estratégico do mercado segurador na mitigação de riscos associados às mudanças climáticas.
"Quanto mais pessoas tiverem seguros contra enchentes, mais pessoas vão conseguir atravessar um evento crítico. O fato é que os eventos estão ocorrendo cada vez com mais frequência e força".
Projeções para 2025 e COP30
Para 2025, a CNseg projeta uma alta de 10% na arrecadação do setor, considerando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5%. Com isso, espera-se que o mercado de seguros alcance 6,4% de participação no PIB nacional.
"Temos a inflação fechando dentro da meta. Olhando por dentro, vemos que a inflação vai subir mais até o meio de 2025 e depois comece a desacelerar por efeito de taxas de juro menores e aquecimento da economia", diz Dyogo Oliveira.
Além disso, o mercado segurador terá protagonismo durante a COP30, em Belém, com a inauguração da Casa do Seguro. A estrutura de 1,6 mil m² servirá como espaço de articulação empresarial e política, com discussões voltadas à gestão de riscos climáticos e ao financiamento de iniciativas sustentáveis.
Entre as atividades previstas estão painéis temáticos, fóruns multissetoriais, reuniões bilaterais e apresentações de produtos e serviços. A Casa do Seguro também promoverá debates sobre o papel do setor na adaptação às mudanças climáticas, reafirmando o compromisso com uma economia mais sustentável.
* O repórter viajou à convite da CNSeg