Empresários do setor industrial apostam no crescimento da economia local, mas temem cenário nacional

Na Rádio Jornal, o presidente da Fiepe, Bruno Veloso, disse que o empresariado está otimista com a economia local, mas teme o déficit público do País

Publicado em 03/01/2025 às 14:09
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O empresário da indústria em Pernambuco está otimista com a conjuntura estadual, mas mostra-se receoso com o comportamento nacional da economia. A FGV IBRE divulgou uma queda de 0,1 ponto no Índice de Confiança Empresarial (ICE) em dezembro, que atingiu 97,3 pontos. O resultado reflete dinâmicas opostas, com otimismo em relação ao Índice de Situação Atual e pessimismo quando se trata do Índice de Expectativas. 

O presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Bruno Veloso, discutiu a percepção dos empresários locais sobre o momento econômico do Estado e do País, nesta sexta-feira (3), durante entrevista no programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, com apresentação de Natalia Ribeiro. 

Na avaliação de Veloso, a economia tem apresentado parâmetros positivos e negativos. Segundo ele, por isso, o índice ainda é positivo, mas um positivo com menos força a cada mês.

"Os parâmetros positivos que percebemos são, principalmente, uma queda no desemprego.Isso é bom porque as pessoas empregadas movimentam a economia. O nosso PIB cresce pelo segundo ano consecutivo. A indústria crescendo 4% em 2024 foi espetacular. Isso cria otimismo na economia e no empresariado, resultando em investimento. A primeira coisa para o investimento acontecer é o otimismo, porque com pessimismo ninguém investe", afirma. 

BOAS PERSPECTIVAS

Em Pernambuco, o presidente da Fiepe pontuou obras de infraestrutura que serão executadas e vão impactar positivamente a economia, como o trecho Sul do Arco Metropolitano, com previsão de ser licitado em março; a duplicação da BR-232 até Serra Talhada e a Transnordestina.

DEVER DE CASA

"Os indicadores locais apontam que 2025 será uma no positivo. As empresas estão fazendo o dever de casa, as prefeituras estão fazendo o dever de casa e o governo estadual também está fazendo dever de casa. Já quando se trata do Governo Federal, os números são muito preocupantes e sabemos que a conta chega. Temos um déficit público astronômico perto de R$64 bilhões. Esse desequilíbrio das contas públicas gera inflação", observa.

Veloso comenta o poder da inflação de corroer vários dos pontos considerados positivos pelos empresários, como o o emprego e a renda. "A inflação alta já ultrapassou o teto da meta e quando nós temos uma inflação saindo do controle, os juros sobem. E os juros subindo, o investimento cai automaticamente", diz.

GOVERNO RAQUEL

Questionado sobre a relação dos empresários da indústria com a gestão da governadora Raquel Lyra, o presidente da Fiepe avaliou como excelente. "Nós temos levado para o governo do Estado aquilo que a gente considera que seja o melhor ambiente de negócios para poder trazer novas empregos e renda. Nessa relação não levamos só as soluções, mas também as dores da indústria pernambucana. Uma iniciativa bem recebida no setor foi a redução gradativa, que vai resultar na eliminação do FEEF (Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal).

O instrumento foi criado pela Lei nº 15.865/2016 com o objetivo de manter o equilíbrio fiscal de Pernambuco. O fundo é composto por depósitos obrigatórios de empresas beneficiárias de incentivos fiscais e por dotações orçamentárias do Estado. O FEEF será eliminado até 2028.  

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